quarta-feira, 28 de julho de 2010

Viver em família, o constante exercício do amor e da reconciliação


A Família é uma estrutura falida? Será mesmo que a família é uma instituição que nasceu da vontade humana?

Se nos voltarmos para a Palavra de Deus, veremos que Deus ao criar o homem conforme sua imagem e semelhança, o criou para a vida em comunidade, não o criou para uma existência solitária. Deus é comunidade, Deus é família, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Surgiu o homem e mesmo com todas as criaturas que já existiam este não era feliz, relacionava com Deus livremente, mas não era completo, pois o homem não é a Deus, assim Deus fez para o homem uma companhia adequada, fez a mulher para estar ao lado do homem e deu-lhes uma ordem, a de serem colaboradores na geração da vida, homem e mulher, gerando com a graça de Deus outras vidas.

De forma simples, muito simples, expomos assim o princípio de toda a vida humana, a união entre homem e mulher.

Assim as nossas famílias nasceram.

Não importa se hoje talvez nossos pais não estejam mais casados, se estão morando com outras pessoas, importa que graças à união das suas vidas, nossos pais, nós viemos ao mundo, passamos a existir.

Deus quis a nossa vida, e nossos pais colaboraram com a obra de Deus.

Você acha que seu pai ou sua mãe é obrigado a gostar de você?

Pois fique de queixo caído, pode se assustar...mas não são.

Pode parecer loucura, mas não é. Os 10 mandamentos dizem o quê?

O 5º mandamento diz que os filhos são obrigados a honrar pai e mãe. Vamos lembrar? Quem fez catequese aqui?

5º mandamento: Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.

Então, faz referência à obrigação dos filhos para com os pais, mas não dos pais para com os filhos.

Não há nenhum dos mandamentos que obriguem nossos pais a nos amarem.

Você acha que isso é bom ou ruim? Isso é bom. Muito bom!

Sabe por quê? Porque o amor que eles têm por nós é livre, gratuito, desinteressado, muito semelhante ao amor de Deus.

Ma me digam uma coisa: Nossos pais são iguais a Deus?

Eles são humanos, não é verdade?

Nós muitas vezes nos justificamos dizendo: "Errar é humano."

Que legal! Isso serve para justificar ou amenizar a nossa culpa, mas nos esquecemos disso quando as pessoas erram conosco, sejam nossos pais ou irmãos, amigos ou não.

Não permitimos que as pessoas errem, não permitimos que nossos pais sejam falhos, tenham fraquezas, cometam erros pequenos ou muitos graves.

Se somos filhos e estamos aprendendo a ser gente, nossos pais estão nessa luta mesma luta, aprendendo a ser gente, aprendendo a ser pais, também são pessoas em construção, ainda não estão prontos e estão seguindo na vida, errando aqui, acertando ali, alguns mais outros menos.

Eles trazem em si marcas de suas lutas, sofrimentos, solidão, decepções, medos, carências e inseguranças, por isso erram como eu e você erramos.

Quando erramos temos a intenção de errar? Será que alguém erra com vontade de errar? Vamos preferir acreditar que não, ou pelo menos se alguém age assim vamos considerar que essa pessoa tem algum problema mental muito sério, porque normalmente, vejam bem normalmente, todos queremos acertar, queremos ser felizes.

Mas nem sempre acertamos o caminho, sofremos e causamos sofrimentos, nossos pais vivem esse mesmo dilema.

e assim nossas famílias vivem grandes desafios, quase sempre causados por nós mesmos. Se nós formos refletir sobre os desafios enfrentados pela família, mesmo partindo daqueles que são externos, como os problemas sociais (falta de dinheiro, de trabalho, de assistência a saúde e educação, drogas e violência), vamos acabar chegando ao centro da construção de tais problemas, que é o coração do ser humano.

Vivemos hoje um tempo em que o individualismo se manifesta, talvez como em nenhuma outra época da história, o que tem implicações evidentes sobre as relações familiares e consequentemente sobre toda a sociedade.

No interior da família, os papéis dos pais e dos filhos estão conflitivos, gerando insegurança no modo de ser e agir de cada um e uma espécie de solidão característica do nosso tempo: a solidão acompanhada.

Talvez em consequência disto, o comportamento compulsivo se tornou característico da nossa época, acarretando a perda do auto domínio, da criatividade e do crescimento pessoal.

Nesse retiro provamos o amor de um Deus extremamente misericordioso, que perdoa nossos pecados, que não só perdoa, mas morre em nosso lugar, paga o preço por nós, assume para si as consequências de nossos pecados.

No alto da crua em meio a tanta dor e sofrimento, teve amor bastante no coração para pedir ao Pai que perdoasse os que o maltratavam e matavam.


Palestra proferida por Max de Oliveira num retiro para jovens em Vitória - ES no último fim de semana.

Não percam, continuação amanhã!

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