segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Construir pontes ou ilhas?

2010 está chegando ao fim, 2011 já surge com seus primeiros raios de esperanças, mas também de medo diante do novo. É inevitável não parar por um momento e meditar sobre a vida, a história de cada um, as escolhas e consequencias dessas escolhas. Um ano novo traz consigo um movimento para a mudança, o recomeço ou a continuação de um sonho. Revê-se os laços construídos, os desfeitos, os perdidos, as quedas, as subidas ou o lugar onde ficou algo estacionado.
Nesse contínuo movimento da vida, faz-se necessário observar o que foi construído em 2010, pontes entre os amigos, os vizinhos, a família, os colegas do trabalho, da escola, da igreja. Ou foram construídas ilhas, onde pode-se ficar só, longe dos fracassos e das decepções. Ilhas também podem ser construídas a dois, ou entre um grupo.
Pontes ligam lugares distantes, lugares perto, outros que antes delas pareciam impossíveis. Para construir pontes firmes que não são corroídas pelo tempo, pelas tempestades, é necessário um trabalho árduo, com materiais de primeira linha, trabalhadores dispostos. Construir pontes leva tempo, talvez por isso, seja mais fácil construir ilhas fortificadas.
Pontes levam a pessoas muitas vezes diferentes no pensamento, nas atitudes, isso pode causar dor, decepção, rompimento, porém consequentemente leva ao crescimento, à maturidade, enquanto ilhas dão uma aparente proteção e levam inevitavelmente à solidão e morte.
É chegada a hora de tomar decisões, consertar as pontes destruídas, construir novas ou construir ilhas?
Feliz 2011 para cada um.
Eliane Maria

sábado, 25 de dezembro de 2010

A espera acabou, chegou-nos o Salvador

 Neste ícone da natividade, vemos o convite dos anjos a adorarem o rei dos reis e a sua chamada aos pastores e aos reis magos. Nossa Senhora segura o menino Deus para mostrar aos povos a salvação. À esquerda abaixo, encontramos o advinho Tyresias, simbolizando o inimigo tentando confundir José a cerca da maternidade virginal de Maria. À direita abaixo, o banho do recém-nascido; esta imagem era muito comum quando nascia o filho do imperador e significa exatamente isto: quem está na manjedoura é o Rei dos reis. O burro representa os pagãos e o boi os judeus. O berço se parece com o caixão, pois a vida de Cristo é um eterno esvaziar-se desde a sua descida ao seio de Maria
Para os cristãos o advento foi um tempo de espera na promessa da vinda do Senhor e hoje nosso coração se alegra, pois o mistério da salvação se renova, torna-se atual e não é apenas uma comemoração, Jesus , o Deus feito homem, se abaixa até a nossa fragilidade humana para de novo nos encontrar e através da simplicidade do presépio nos alcançar em sua infinita misericórdia.
A promessa se cumpre, a esperança é refeita, podemos novamente cantar Glória. É bem verdade, que olhando a realidade ao nosso redor encontraremos homens e mulheres sem aparente motivo para a alegria, presos pela injustiça, por falta de amor, de perspectiva de vida, pessoas que deixaram de sonhar, tiveram seus sonhos roubados. Jesus vem para todos, a esperança e salvação é para todos aqueles que ouvirem de longe o convite e o aceitarem. Belém é aquui, hoje a manjedoura é o meu e o teu coração. Deixemos que o menino Jesus nasça e refaça toda morte em vida, toda treva em luz, toda tristeza em alegria, toda falta de amor em amor em abundância e fortalecidos por essa experiência possamos começar um novo ano, refazendo metas e seguindo-as sob a luz do evangelho.
O ministério de música Promessa deseja a cada um , um ano novo cheio da Paz da verdadeira que é Jesus, uma vida cheia de amigos e realizações. Obrigada por cada um que esteve conosco durante este ano, nosso carinho e orações.
Eliane Maria

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O NATAL QUE EU DESEJO



Nestes dias que antecedem ao Natal, nossos corações ficam na expectativa, à espera de reencontrar os familiares talvez, de rever as pessoas queridas, de celebrar, nasce esperanças, volta o encantamento. Coloquei-me a pensar, como desejo que seja meu natal este ano, vieram à minha mente lembranças de quando eu era criança, da alegria de encontrar com os primos e primas na casa da vovó, aquele cheiro bom que vinha da cozinha, as gargalhadas e conversas dos adultos a soar pela casa.Que festa! Que alegria!
A missa do galo, como era chamada, a voz do Padre Alonso, suas brincadeiras com as crianças, antes da missa começar. Bem, o tempo passou, as crianças cresceram, novas famílias se formaram, os avós morreram, a festa da casa da vovó, já não existe mais, contudo o mais importante permaneceu, ainda vamos à missa na noite do natal e o momento em  que o Glória é entoado e os sinos repicam, causa em mim, a mesma alegria de antes, hoje misturado à esperança que o menino-Deus traz consigo, esperança de paz, de dias melhores, de justiça, de recomeço, de conversão. Brota do coração a gratidão, pois muitas coisas aconteceram desde o último natal, coisas boas e ruins, sorrisos e choros, muitas coisas mudaram do natal da minha infância, mas o nascimento de Jesus permanece sendo o centro, e isto eu aprendi nos tempos de criança.
O Natal que eu desejo é este mesmo, a missa, a família, os amigos, a gratidão e a esperança.
Eliane Maria

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vamos a Belém



A grande noite se aproxima, noite de alegria, de cânticos e de festa, há um cheiro diferente no ar, um sorriso a mais nos rostos, uma esperança se renova. Vamos a Belém, mesmo que a viagem seja cansativa, que o sol nos queime o rosto, ou que sintamos sede, vamos a Belém ver o menino, o Emanuel.
Ir a Belém é nos despojarmos de nós mesmos, de nossas comodidades, nossos medos, nossos apegos, seguir sem bagagem, vazios, para poder nos preenchermos da presença do menino Jesus. Sigamos a estrela, para vê-la é preciso um coração disposto a ter uma experiência nova, a enxergar um novo caminho.
Esvaziemos nossa mochila e levemos nosso perfume mais caro, mais aromático, nosso próprio ser, nossa essência, sem máscaras, para ofertar ao menino.
Quem tiver a coragem de se colocar a caminho, poderá juntos com os anjos entoar louvores na noite venturosa. Sigamos pra Belém.
Eliane Maria

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

E o que é a felicidade?


Certamente não é a ausência de sofrimentos, nem a realização unicamente da própria vontade, tão pouco é se enquadrar nas exigências do mundo, muitas vezes cruel e egoísta.
Será mesmo feliz aquele que busca satisfazer somente os prazeres momentâneos, que se recusa a viver a provação para alcançar um bem maior?
Na noite passada fui dormir com a frase que uma pessoa me disse "o que adianta você ser assim (se referia a uma convicção que tenho a cerca da vontade de Deus) e não ser feliz?" Essas palavras ficaram soando em meus ouvidos durante a madrugada e então perguntei a Deus: Senhor, o que é a felicidade?
Ele, que se põe fielmente a falar com quem está disposto a ouvir, me fez lembrar do que fala o Catecismo da Igreja Católica " em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar"(CIC 27). Pois é, a verdade não pode ser adaptada à nossa vontade e isso muitas vezes nos faz  sofrer, um sofrimento que purifica e liberta. Compreendi então, que a dor que a pessoa percebeu em mim e concluiu ser ausência de felicidade, na verdade é a dor de se dobrar à vontade de Deus, única fonte de felicidade verdadeira.
Ah! Que maravilhosa experiência, vivi nesta madrugada, como os reis seguiram a estrela em busca do menino-Deus, a voz daquela pessoa foi a estrela que me guiou a olhar para Deus e livremente dizer: Escolho tua vontade, fonte inesgotável de amor e felicidade, mesmo que isso implique em perdas. A promessa de ver-te Senhor, ultrapassa todo bem momentâneo.
Pude então dormir em paz e feliz.
Quisera que todo homem e toda mulher tivesse a experiência de se deixar encontrar pelo "Deus que não cessa de chamar todo homem e procurá-lo para que viva e encontre a felicidade."(CIC 30).
Claro que nessa caminhada em busca da verdade e felicidade, pois não pode-se encontrar uma sem a outra, errarei muitas vezes, mas não desistirei jamais.
Obrigada pessoa amada e querida.
Eliane Maria

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SANTA LUZIA



Nasceu em Siracusa(Itália) no fim do século III. Pertencia a uma família abastada, recebeu formação cristã. fez um voto de viver a virgindade perpetuamente. Após a morte do pai, sua mãe a queria casar com um jovem, mas esse era pagão.
Luzia, tendo a mãe gravemente enferma, a propôs que fossem em romaria ao túmulo da mártir Santa Águeda, em Catânia, e que a cura da doença seria a confirmação do não para o casamento. A mãe foi milagrosamente curada. Luzia vendeu tudo, deu aos pobres e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa.
Não aceitando oferecer sacrifícios a falsos deuses, nem quebrar seu voto de virgindade, enfrentou as perseguições das autoridades. Não houve força humana capaz de arrastá-la. Várias juntas de bois não a puderem levar, as chamas do fogo não a puderem queimar, por fim foi decapitada pela espada no ano de 303.
Não se sabe ao certo se é verídico o fato de terem-lhe arrancados os olhos antes de sua morte. Santa Luzia é reconhecida pela vida que levou Jesus, Luz do mundo, testemunhando-o até as últimas consequências.
"ADORO A UM SÓ DEUS VERDADEIRO, E A ELE PROMETI AMOR E FIDELIDADE"( sta Luzia)
Eliane Maria

domingo, 12 de dezembro de 2010

Espera no Senhor, tenha coragem e um coração firme.


A fé nos leva a vencer qualquer obstáculo que apareça em nossa vida, a transpor qualquer montanha, a superar qualquer problema.
É a fé em Jesus que nos sustenta enquanto vivemos. Às vezes, somos tentados a querer fazer todas as coisas somente pela nossa força humana e acabamos nos decepcionando; mas quando nos deixamos guiar pela fé ,somos capazes de olhar além das nossas limitações.


Fernando Ruas de Oliveira.

CANIÇO AGITADO PELO VENTO

 Neste 3º Domingo do Advento, somos convidados a refletir sobre João Batista, aquele que veio preparar os caminhos do Senhor, entendendo e assumindo sua missão, não se corrompeu com os poderosos, não se quebrou perante as adversidades. Ainda no ventre de Isabel, reconheceu o Salvador, estremeceu no ventre ao receber a visita de Maria, foi o primeiro a reconhecer o Emanuel.
Se observarmos a cana-de-açúcar plantada à beira do rio em dia de tempestade, perceberemos que a planta aparentemente frágil, se dobra até o chão, mas dificilmente se quebra. João Batista é comparado por Jesus a esta planta, homem que se vestia de forma simples e não como os poderosos, de aparência frágil, porém com uma fortaleza interior enorme.
Sigamos o exemplo de joão batista, não nos deixemos quebrar pelo vento da corrupção, da injustiça, do relativismo e dos sofrimentos que nos acontecem.
O tempo atual é dfícil e somente a certeza de que o Senhor veio, virá e vem a cada dia nos capacita a enxergar os sinais do Reino e continuar a caminhar com Ele a nosso lado.
Eliane Maria
Liturgia de hoje: Is 35,1-6 a 10; Sl 175; carta de São Tiago 5,7-10; mt 11,2-11

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A árvore que produz no tempo certo

O salmo 1,3 diz: "Ele é como árvore plantada junto a regatos, produz fruto na estação devida e sua folhagem não murcha..."

Este versículo nos leva a meditar onde estamos plantado, ou seja, onde nossa vida está alicerçada. A árvore plantada perto do rio, é capaz de aguentar o tempo da seca, pois a água que penetra em suas raízes através dos lençóis faz com seja possível passar pelas  mais terríveis secas, sem morrer.

A vida alicerçada na água da vida que é Cristo, resisti aos desertos da alma, advindo das preocupações, das doenças, das provações e perseguições e continua viva, capaz de produzir no tempo devido.

Como é doloroso passar pela provação de aparentemente não está produzindo, muitas vezes incapacitado pela doença do corpo ou da alma, pois se um sofre o outro também sofre, já que o ser humano é inseparavelmente corpo e alma, outras vezes incapacitado pelas adversidades da vida, por um tempo de mais dedicação ao trabalho ou ao estudo. Como sofre o coração acostumado a dar frutos, quando vive no escondimento, principalmente se este coração estava acostumado com os aplausos ou como êxito de seus empreendimentos. Bendito deserto que às vezes somos obrigados a passar!

São João da Cruz escreveu seus mais belos poemas em meio a "uma noite escura", Santa Teresa D'ávila selou sua amizade com Cristo, sofrendo a entrada no "castelo interior".

Permaneçamos arraigados ao rio de água viva e nossos desertos poderão se transformar em tempos fecundíssimos e no tempo devido poderemos colher os frutos.
Que nesse advento produzamos frutos de alegria e esperança.

Eliane Maria


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Imaculada Conceição


O dogma da Imaculada Conceição foi instituído pelo Papa Pio IX no dia 8 de dezembro de 1854, que declara: “Desde a sua concepção, Maria foi preservada do pecado original e de suas conseqüências pelos méritos de Cristo, que se chama redenção preventiva”.

Ter sido preservada do pecado original, não tira de Maria , não tira o mérito de suas virtudes, como o silêncio, a obediência, o serviço. Mulher do abandono, não se temeu em dizer sim aos planos de Deus, sendo íntima do Pai, reconheceu sua voz e prontamente acolheu sua vontade. Vontade que guardou no silêncio do coração, um silêncio que fecundo toda a vida de Maria, que a levou a conhecer o coração de Deus, livre dos barulhos externos e das vozes interiores que tanto atormentam o coração humano e impedem de ouvir a doce e mansa voz do Criador.

Mulher que soube servir, serviu a sua família, a seus amigos, a sua prima Isabel, não se valeu da condição de mãe do Senhor, mas esqueceu de suas próprias necessidade e colocou-se a caminho, embaixo de sol, no meio da poeira, enfrentou a cansativa viagem até a casa de Isabel que dela precisava naquele momento. Foi assim aos pés da cruz, não fez do seu sofrimento de mãe, que com o coração dilacerado via seu filho ser morto, em silêncio, esteve de pé diante da cruz e acolheu o discípulo amado e a cada um dos seres humanos como filhos, mesmo aqueles que ainda não a aceitam como mãe, sim , para ela não há distinção, seu amor é incondicional, pois vem do amor de Deus. Já havia servindo assim, durante a vida pública de Jesus, não reteve o filho para si, pois sabia que a Ele era dada uma missão .

Infelizmente, no dia de hoje, por causa do sincretismo religioso, em muitos lugares do Brasil, essa mulher, esposa do Espírito Santo é confundida com um deusa do candomblé, e como não podia deixar de ser, continua em silêncio, intercedendo para que todos os seus filhos vejam a luz.

Eliane Maria

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ORIGEM DO PRESÉPIO



São Francisco de Assis, homem simples e despojado que seguiu os passos de Cristo na pobreza e na humildade, desejou apresentar de um forma simples que os fiéis pudessem conhecer e mergulhar no mistério do Natal.
Com os seus irmãos da ordem, reproduziu com grande simplicidade o nascimento de Jesus, evidenciando a mensagem de pobreza do Menino Deus.
Ao olhar para o presépio, nosso coração deveria se dobrar diante de tamanha pobreza, Deus se fez criança, em si essa atitude é uma grande prova de despojamento, de abandono, mas não para aí, nasce em uma manjedoura, no meio dos animais, é colocado para dormir onde antes servia de lugar para os animais comerem, um curral mal cheiroso é a casa que Deus feito homem encontra para nascer.
Contemplando o presépio, voltemos ao real significado que São Francisco deu a ele, a simplicidade, a pobreza, o abandono nas mãos do Pai.
Possamos viver um natal diferente, onde o centro seja a alegria por Deus ter cumprindo a promessa feita a nossos pais , possamos celebrar em família e em comunidade a alegria de que "um menino nos foi dado e a nós foi revelado os planos de amor do Pai...Jesus se faz criança e em nós nasce a esperança de reaprender a amar.
Sim, o milagre do natal é a chance de reaprendermos a amar, amar de verdade, amar a Deus, a mim mesmo, ao outro, um amor simples, de gestos concretos no ordinário da vida, o amor que é decisão, escolha.
Que o advento prepare o nosso coração para ser manjedoura quentinha onde o príncipe da paz possa nascer.
Eliane Maria

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CRISTO FOI EMBRIÃO

 O homem, inclusive antes de nascer, tem uma dignidade altíssima e por isso tem direito a não ser tratado como um objeto em benefício de outros.
Esta foi a afirmação do Papa Bento XVI em sua homilia da "Vigília pela vida nascente", realizada na Basílica de São Pedro , antes das Primeiras Vésperas com as que se inaugurava o tempo litúrgico do Advento.
Nesta vigília, convocada como novidade este ano, o Papa quis reafirmar o "altíssimo valor" da vida humana, assim como advertir contra as "tendências culturais que tentam anestesiar as consciências por motivos injustificáveis".
"Nesta linha se coloca a solicitude da Igreja pela vida nascente, a mais frágil, a mais ameaçada pelo egoísmo dos adultos e pelo escurecimento das consciências".
A ciência, segundo o Papa, evidencia a autonomia do embrião, sua capacidade de interação com a mãe, a coordenação dos seus processos biológicos, a continuidade do desenvolvimento, a crescente complexidade do organismo.
"Não se trata de um cúmulo de material biológico, mas de um novo ser vivo, dinâmico e maravilhosamente ordenado, um novo indivíduo da espécie humana", afirmou o Papa.
Por isso, acrescentou, a Igreja sempre reiterou o que o Concílio Vaticano II afirma sobre o aborto e qualquer violação do nascituro: "A vida deve ser protegida desde a concepção com o máximo cuidado".
"Não há nenhuma razão para não considerá-lo uma pessoa desde a concepção", disse.
O homem, prosseguiu o Papa, "tem uma originalidade distintiva sobre todas as outras criaturas que habitam a terra. Apresenta-se como sujeito único e singular, dotado de inteligência e vontade livre, além de estar composto de realidade material".
"Somos, portanto, espírito, alma e corpo. Somos parte deste mundo, ligados às possibilidades e limites da condição material; ao mesmo tempo, estamos abertos a um horizonte infinito, capazes de dialogar com Deus e de acolhê-lo em nós."
A pessoa humana, acrescentou, exige "ser reconhecida como um valor em si" e "merece ser acolhida com respeito e amor para sempre".
Todo homem "tem o direito de não ser tratado como um objeto que se possui ou como algo que pode ser manipulado à vontade; tem o direito de não ser reduzido a puro instrumento para vantagem de outros e seus interesses".
Infelizmente, continuou, "mesmo após o nascimento, a vida das crianças continua estando exposta ao abandono, à fome, à pobreza, às doenças, ao abuso, à violência, à exploração".
O Papa recordou o apelo ao respeito pela vida humana, de João Paulo II, na Evangelium Vitae, e exortou "os protagonistas da política, da economia e da comunicação social a fazerem todo o possível para promover uma cultura sempre respeitosa da vida humana, para buscar condições favoráveis e redes de apoio à acolhida e desenvolvimento desta".
Cristo foi embrião
Este tempo do Advento, explicou o Papa, "nos faz voltar a viver a espera de Deus que se faz carne no ventre da Virgem Maria, de Deus que se faz pequeno, que se torna uma criança".
Este processo de crescimento embrionário "também aconteceu com Jesus no ventre de Maria; e acontece com cada um de nós no ventre da mãe".
Por isso, continuou, "o mistério da Encarnação do Senhor e o início da vida humana estão íntima e harmonicamente conectados no plano salvífico de Deus, Senhor da vida de todos e de cada um".
"A encarnação nos revela com luz intensa e de forma surpreendente que toda vida humana tem uma dignidade altíssima, incomparável."
Acreditar em Jesus Cristo, acrescentou o Papa, "implica em ter um novo olhar sobre o homem, um olhar de confiança, de esperança".
A pessoa "é um bem em si mesmo e é preciso sempre buscar seu desenvolvimento integral", concluiu o Pontífice.


Padre Ivanil José (Chile)






sábado, 4 de dezembro de 2010

MARIA: MODELO DE VIDA

Impossível ignorar a pessoa de Maria neste tempo especial. O Pai quis contar com a jovem de Nazaré para realizar seu plano de salvação e ela era livre para dizer SIM ou NÃO.

Maria como toda jovem tinha sonhos, planos e no momento do anúncio se viu frente à uma decisão: seguir seus projetos pessoais que eram lícitos e lhe trariam felicidade ou correr riscos e aceitar os planos de Deus.
Muitas vezes o ser humano é desafiados a abandonar seus projetos de felicidade e acolher a vontade do Senhor. Por medo de arriscar, de se abandonar nas mãos daquele que o ama desde sempre e para sempre, inúmeras vezes escolhe a acomodação , perdendo assim a chance de viver a plenitude da felicidade, se contentado com as migalhas.

Aprendamos com Maria que para viver é necessário ter coragem de correr riscos, ou como Santa Clara disse um dia a São Francisco “Solta-te de ti mesmo e dá um salto mortal”. Maria aceitou abandonar seus planos porque sentia-se profundamente amada por Deus ao ponto de declarar “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Aprendamos com ela a sermos todo de Deus, a permitirmos que a Palavra esteja encarnada em nós.
Eliane Maria


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Feliz espera


Quão difícil é entrar no mistério da espera, principalmente para nossa geração tão acostumada com eventos em tempos reais, conversamos com nossos amigos a milhas de distância, participamos de conferências conectados com o mundo inteiro, as notícias, tudo nos chega em tempo real.
A comida é estantânea, a tecnologia tem novidade a todo momento, as pesquisas são conseguidas rapidamente e com o computador é possível  fazer várias coisas ao mesmo tempo. Como entender e viver a espera? Parece contrário à nossa vida tão acostumada com a pressa.
Olhando no entanto, para as mais belas e simples coisas da vida, é visível o mistério e a grandeza da espera, a mulher grávida vê durante os 9 meses de espera o filho(a) se formando, vai sentindo o corpo se formando e com ele a intimidade desses dois seres, mãe e filho(a), quando chega o dia a expectativa dá lugar à alegria do encontro.
O estudante estuda, se esforça, abre mão de muitas coisas, se preparando para o exame de admissão no teu tão sonhado curso, que mudará o destino da sua vida, quão grande é a alegria em ver seu nome na lista dos aprovados, naquele momento as noites mal dormidas, as saídas deixadas para depois, o cansaço, tudo fica tão pequeno diante da alegria de ter conseguido vencer a primeira etapa.
É, esperar é mistério de dor e alegria, luta e vitória, este tempo que vivemos é propício para entender a necessidade da espera, não espera estéril, mas recheada da fé expectante, da certeza da vitória. Esperança que tem metas a serem alcançadas.
Que seu advento seja uma esperança fértil para enfim, contemplar o Sol nascente que vem nos visitar.
Esperança de ver nascer um tempo novo, esperança em você, na sua família, nos seus amigos, esperança no homem e em Deus.
Jesus nasceu em meio a perseguições, não é diferente hoje.
Eliane Maria

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ADVENTO DO SENHOR

Antes de começar a postagem de hoje, queremos agradecer ao Padre Ivanil, missionário no Chile, pelos artigos enviado sobre o advento,partilhando conosco sua experiência.



Estamos no tempo litúrgico do Advento que é um tempo de vigilância e de espera para atualizarmos em nossa história Aquele que veio, virá e vem: Jesus Cristo, o Senhor! Veio a primeira vez na fragilidade; virá uma segunda vez na glória, mas a cada dia podemos encontrá-Lo em cada irmão ou irmã. É o Mistério da Encarnação que agora nos preparamos para celebrar!
É nesse tempo que a Igreja Católica do Brasil desenvolve a sua Campanha para a Evangelização como um tempo de despertar-nos e alimentar-nos com a consciência missionária e o compromisso evangelizador.
Iniciamos essa Campanha no Domingo de Cristo Rei, e ela se estende até o 3º Domingo do Advento, domingo da Alegria (Gaudete)
O Advento ajuda-nos, assim, a aprofundar a nossa responsabilidade evangelizadora que é tão necessária na Igreja, sendo que cada um de nós é responsável pelo anúncio do Evangelho de Jesus Cristo aos irmãos e irmãs.
Talvez seja essa uma das maiores lacunas que temos em nossa caminhada eclesial: a consciência missionária e evangelizadora! Não podemos esperar que outros façam e trabalhem nas missões; somos nós, batizados, os responsáveis e animadores para que em nossas comunidades a Palavra de Deus seja a luz no caminho de tantas pessoas que estão ao nosso redor.
É claro também que essa tarefa tem uma dimensão universal, como é o significado de nossa catolicidade, e não se resume apenas no trabalho local, mas é em nossas comunidades onde vivemos e onde iniciamos essa missão.
A Campanha para a Evangelização deste ano tem como tema “Discípulos e Missionários” que, como sabemos, está inspirado na V Conferência do Episcopado Latino Americano e Caribenho que será realizado em Aparecida, no Estado de São Paulo. Por Discípulos e Missionários entendemos que cada um de nós, ao fazer uma verdadeira experiência do seguimento de Cristo em sua vida é, ao mesmo tempo, um apóstolo animado! “Quem encontrou Jesus Cristo e se deixou cativar por Ele não pode deixar de comunicar isso também aos outros”!
O anúncio do Advento é que estamos nos preparando para o grande presente que Deus enviou ao mundo: Seu filho Jesus! Ao acolher esse grande dom não podemos ficar sem uma resposta generosa.
A Campanha para a Evangelização dá-nos essa possibilidade: a nossa resposta aos presentes que recebemos de Deus, e uma maneira de vivermos intensamente a missão evangelizadora será a partilha que faremos no próximo final de semana, 3º domingo do Advento, com a Coleta para a Evangelização.
A Coleta para a Evangelização é realizada em todas as comunidades, capelas, igrejas, locais de culto, celebrações da Igreja Católica no Brasil e destina-se a ajudar na missão evangelizadora da Igreja.
Todos nós sustentamos a missão eclesial, seja com a nossa participação missionária, seja com a nossa ajuda financeira.
Todas as coletas do próximo final de semana são destinadas a isso. Esses recursos serão repartidos para os Regionais da CNBB, para a CNBB Nacional e para as Dioceses. Em nossa Arquidiocese, a parte que fica para nós é entregue para a Coordenação de Pastoral para o sustentamento dos trabalhos de implantação do Plano de Pastoral e outras situações de necessidade.
A nossa Igreja ainda depende muito da ajuda de outros irmãos e irmãs e há vários países que nos ajudam nas construções e Igrejas, nos trabalhos sociais, na aquisição de veículos e também na organização pastoral. Sentimos a necessidade de dar um passo no país, onde bastaria o mínimo de ajuda de cada católico na coleta para a evangelização e teríamos o necessário para a missão da Igreja durante um ano.
Todas as paróquias receberam os folhetos de reflexão para os quatro domingos da campanha; os cartazes e os envelopes que, distribuídos ao povo, deverão ser entregues na coleta das celebrações no próximo final de semana.
Eis um grande desafio para todos nós: a nossa auto sustentação e a partilha com outras comunidades que necessitam melhorar ainda mais a missão evangelizadora. “Com nossa doação generosa ajudaremos nossa Igreja Católica a evangelizar mais e melhor”.
 Padre Ivanil José










quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

“O SENHOR TEU DEUS ENXUGARÁ AS LÁGRIMAS EM TODOS OS ROSTOS”



Tomemos a Palavra em Isaías 25, 6-10. O profeta Isaías viveu em meio a um povo sofrido, esgotado pela enganação de seus líderes. Nesse contexto, ele anuncia um festim para todos os povos, a Palavra de Deus é viva, por isso eu e você também somos convidados a este festim do qual Isaías fala, “ ele fará desaparecer sobre esta montanha o véu estendido sobre todos os povos”(vers. 7), a Palavra diz todos os povos e não só os santos, mas também os pecadores como eu e você, eu me arrisco a dizer, principalmente os pecadores, pois o véu que fará desaparecer é o véu do egoísmo, do individualismo, da busca desenfreada do ter e do prazer, dos vícios. Grita de alegria! Pois o Senhor fará neste tempo favorável que o véu estendido sobre sua vida seja rasgado para que veja a plena Luz, basta que você queira e deixe que a promessa se cumpra em sua vida.

Ele ainda faz a promessa que enxugará as lágrimas, ele tem visto as lágrimas de dor, muitas vezes de sangue que você tem vertido, por causa das injustiças, das opressões, das perseguições, das indecisões.

Somos convidados a crer na promessa e viver como vitoriosos, lutar até o fim, porque quando somos fracos, Deus vem em nosso socorro. Solta gritos de alegria, pois o Senhor enxerga tua luta, tua dor, enxuga suas lágrimas e te dá a plena felicidade.

Se suas lágrimas são conseqüências de seu pecado, abandona agora a vida velha, não deixe para amanhã, pois como diz Santo Agostinho “tenho medo da graça que passa”, busque a confissão, se comprometa com o Senhor, busque-o na oração diária, no silêncio da intimidade, deixe-o ser seu amigo.

Se suas lágrimas são impostas pelas adversidades da vida, persevere na oração, não deixe o Senhor, nunca deixe de acreditar, pois a promessa é para ti.

“Exultemos, jubilemos, pois ele nos salva.”

Eliane Maria

terça-feira, 30 de novembro de 2010

“E COMO CRERIAM NELE , SEM O TEREM OUVIDO?” ( Rm 10,14)



A carta ao Romanos capítulo 10, versículos de 9 a 18, vem nos chamar a confessar e proclamar o Senhorio de Jesus, este é o tempo favorável para a salvação de cada homem e mulher, somos todos chamados a crer no Cristo Ressuscitado e a nos preparar para a sua vinda gloriosa, mas como crê se a Palavra não for anunciada, e quem anunciará, eu , você e todo aquele que de longe ou de perto ouviu o anúncio da Boa Nova da Salvação.

O evangelho de hoje narra o chamamento dos primeiros discípulos ( Mt 4,18-22), Jesus vai passando e encontrando cada um em seus afazeres diários e os vai convidando a segui-lo, o chamado pessoal, é único, é intransferível, não adianta você pensar não sei falar, pois ele responderá “falarei por ti”, são muitos os homens e mulheres que pelo mundo afora não crêem em Jesus, não esperam nele, não conhecem o verdadeiro sentido do Natal, porque falta quem lhes anuncie. Eu conheci lugares em que a Eucaristia é levada apenas uma vez ao ano e esse povo ama Jesus, pois teve alguém que o anunciou, eu conheci um jovem que vivia nas trevas por quem ninguém o havia apresentado a Luz, mas quando uma pessoa que ao ouvir o anúncio saiu a anunciar, a Luz chegou a esse jovem e ele também ouviu o convite “deixando logo o seu barco, o seguiu”.

O anúncio chegou a seus ouvidos neste dia favorável, agora neste instante, aí no mar da Galileia que você está e Jesus o chama, como chamou Simão, André, Tiago, João..., Zane, Gaspar, Marcio, Fernando, Marcinho, Arianny,Melquesedc, Darlan, Eliane. Como é mesmo seu nome? É você mesmo, ouça o que Jesus disse: “farei de vós, pescadores de homens”.

Jesus voltará e aquele seu amigo, seu vizinho, aquele que você encontra no elevador todos os dias, precisa de quem anuncie para que ele possa crer.

Como anunciar, com sua pregação, sua música, sua dança, sua pintura, sua escrita? Também, mas acima de tudo com seu testemunho de quem crê, amando, perdoando, dignificando sua profissão, sua diversão, seu descanso.

Um santo advento.

Eliane Maria



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ADVENTO: Tempo de Esperança




Olá pessoal! Antes de iniciar o post de hoje, quero pedir desculpas por termos ficado tanto tempo sem comunicação, é que às vezes é preciso fazer como a águia, subir à montanha para mudar as penas, mas este é assunto para um outro post.
Advento, espera daquele que há de vir, a Liturgia das Horas tem um belíssimo hino que retrata este tempo onde a igreja canta "Vem Senhor, não tardes mais, vem saciar nossa sede de paz". Esse é o anseio do coração humanao "PAZ", que só pode ser completa com a presença do Menino Deus.
O tempo do Advento marca o início do calendário cristão, um novo ano litúrgico se inicia e com ele a esperança de nova vida, uma nova força para recomeçar. Nas duas primeiras semanas do advento, a liturgia é voltada para a 2ª vinda do Senhor, tempo de reconciliação, arrependimento, reflexão. As duas últimas semanas é um convite para a preparação do coração como o verdadeiro presépio onde o Menino Deus possa habitar, a espera do Sol, a paz plena, o shalom do Pai.
Durante este tempo, você é convidado a junto conosco refletir sobre a essência do Natal, as figuras marcantes, a liturgia da igreja e assim viver um natal diferente.
É este o tempo favorável para cultivar os valores cristãos da ALEGRIA, pois Deus é fiel às suas promessas, não só às comunitárias, mas também àquelas que fez pessoalmente a cada um de nós. Alegria da espera de Cristo que já veio, mas só se consumará na parusia do Senhor. ESPERANÇA na renovação  de todas as coisas, esperança que nos forma na paciência diante das tribulações. CONVERSÃO, retorno de todo o nosso ser a Cristo. POBREZA, não só do material, mas o abandono e dependência  inteira de Deus, como diria minha amiga Sta Terezinha "o que agrada a Deus em minha pequena alma, é que eu ame minha pequenez e minha pobreza, é a esperança cega que tenho em sua misericórdia".
Durante todo o advento veremos algumas figras importantes:
*  ISAÍAS, como voz que clama no deserto, sustentou a resistência do povo na esperança da vinda do Salvador;
* JOÃO BATISTA, o último dos mensageiros a preparar os caminhos. Profeta austero e vigoroso, homem de muita humildade e fé;
* JOSÉ,  justo no sentido mais profundo que a Bíblia dá a esta palavra, silenciosa figura na busca do discernimento da vontade de Deus;
* SIMEÃO,  homem justo e piedoso que esperava a consolação do povo;
* ANA, profetiza que serve a Deus com jejum e oração. Anuncia a proximidade do Reino de Deus;
* MARIA, como filha do povo de Israel, representa a coroação do próprio povo aguardando a chegada do Messias. Nela está toda esperança do povo, toda a sua certeza de salvação e toda a sua fidelidade conservada ao longo de tantos séculos;
Aprendamos com eles a seguir o caminho que aponta para a plena felicidade, saimos de nosso comodismo, não esperemos nossas dores passar, façamos delas degraus para chegar ao céu. O Messias libertador deve ser esperado por nós homens e mulheres deste tempo marcado por tantas prisões, da corrupção, do desamor, do desespero, dos vícios. Olhemos para dentro de nós e vejamos como está o nosso coração, é ele hoje o estábulo onde Jesus Menino escolheu nascer.
Esperamos você, para mais uma partilha amanhã.
Eliane Maria








sexta-feira, 3 de setembro de 2010

CASTIDADE: Chamado para todos

Nossa cultura nos ensinou erroneamente que castidade é reservado aos religiosos e religiosas (padres e freiras), um voto. Outro erro comum na atualidade é que a castidade é coisa do passado, transformada pelo progresso cultural, pela evolução.
Deus não muda e seus ensinamentos permanecem de geração em geração. A igreja sabiamente nos ensina que "castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e com isso a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual."(Catecismo da Igreja Católica,2337).
A castidade não se resume a abstinência da relação sexual, já que castidade não é somente genitalidade; é uma pureza interior a qual todos são chamados, pois o homem e a mulher criados à semelhança de Deus é unidade de CORPO E ALMA. O pecado contra a castidade fere o corpo e a alma, quebrando a paz interior.
Uma pessoa casta não é uma pessoa recalcada, é uma pessoa livre, pois não se deixa dominar por suas paixões, não se escraviza em nome de uma "liberdade sexual" que não liberta ninguém, pois fere, magoa, deixa cicatrizes dolorosas. Que liberdade é essa que leva o ser humano a usar seu semelhante como simples objeto de prazer, que amor é esse que exige provas?
Cada um guarde a castidade segundo o seu estado de vida: os solteiros e os celibatários consagrados vivam na continência, os casados vivam a castidade conjugal segundo a moral cristã.
As principais ofensas à castidade são: a luxúria (prazer sexual buscado por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e união); a masturbação (excitação voluntária dos órgãos genitais a fim de conseguir um prazer venéreo) ; a fornicação (união sexual fora do casamento) ; a pornografia (exibição de atos sexuais reais ou simulados) ; a prostituição (reduz a dignidade da pessoa a um mero objeto de prazer) ; o estupro (penetração à força).
A virtude da temperança comanda a castidade, é um trabalho a longo prazo o domínio de si mesmo. Dominar sua paixões exige esforço contínuo e é marcado por imperfeições e recomeços, construído com o auxílio da graça de Deus, fruto de um crescimento espiritual.
Um ser humano casto é um ser humano puro de coração à imitação de Cristo. Castidade é simbolo de doação, aquele que pratica a castidade torna-se para o próximo testemunha da fidelidade e da ternura de Deus.
Que com o auxílio da graça nos determinemos para vivermos a virtude da castidade. Criemos uma nação de homens e mulheres castos. Castos no falar, no olhar, no agir. Assim teremos amizades castas, namoros e casamentos castos, famílias castas.
Maria, exemplo de castidade por nós!
Eliane Maria

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Direcionamentos da CNBB para eleição

Em nota, Regional Sul 1 pede divulgação do texto "Apelo a todos os Brasileiros e Brasileiras"








NOTA DA COMISSÃO EPISCOPAL REPRESENTATIVA DO CONSELHO EPISCOPAL REGIONAL SUL 1 – CNBB





A Presidência e a Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, em sua Reunião ordinária, tendo já dado orientações e critérios claros para “VOTAR BEM”, acolhem e recomendam a ampla difusão do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 que pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico “www.cnbbsul1.org.br”.



São Paulo, 26 de Agosto de 2010.





Dom Nelson Westrupp, scj

Presidente do CONSER-SUL 1



Dom Benedito Beni dos Santos

Vice-presidente do CONSER-SUL 1



Dom Airton José dos Santos

Secretário Geral do CONSER SUL 1







APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS





Nós, participantes do 2º Encontro das Comissões Diocesanas em Defesa da Vida (CDDVs), organizado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB e realizado em S. André no dia 03 de julho de 2010,



- considerando que, em abril de 2005, no IIº Relatório do Brasil sobre o Tratado de Direitos Civis e Políticos, apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU (nº 45) o atual governo comprometeu-se a legalizar o aborto,



- considerando que, em agosto de 2005, o atual governo entregou ao Comitê da ONU para a Eliminação de todas as Formas de Descriminalização contra a Mulher (CEDAW) documento no qual reconhece o aborto como Direito Humano da Mulher,



- considerando que, em setembro de 2005, através da Secretaria Especial de Polítíca das Mulheres, o atual governo apresentou ao Congresso um substitutivo do PL 1135/91, como resultado do trabalho da Comissão Tripartite, no qual é proposta a descriminalização do aborto até o nono mês de gravidez e por qualquer motivo, pois com a eliminação de todos os artigos do Código Penal, que o criminalizam, o aborto, em todos os casos, deixaria de ser crime,



- considerando que, em setembro de 2006, no plano de governo do 2º mandato do atual Presidente, ele reafirma, embora com linguagem velada, o compromisso de legalizar o aborto,



- considerando que, em setembro de 2007, no seu IIIº Congreso, o PT assumiu a descriminalização do aborto e o atendimento de todos os casos no serviço público como programa de partido, sendo o primeiro partido no Brasil a assumir este programa,

- considerando que, em setembro de 2009, o PT puniu os dois deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso por serem contrários à legalização do aborto,



- considerando como, com todas estas decisões a favor do aborto, o PT e o atual governo tornaram-se ativos colaboradores do Imperialismo Demográfico que está sendo imposto em nível mundial por Fundações Internacionais, as quais, sob o falacioso pretexto da defesa dos direitos reprodutivos e sexuais da mulher, e usando o falso rótulo de “aborto - problema de saúde pública”, estão implantando o controle demográfico mundial como moderna estratégia do capitalismo internacional,



- considerando que, em fevereiro de 2010, o IVº Congresso Nacional do PT manifestou apoio incondicional ao 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), decreto nª 7.037/09 de 21 de dezembro de 2009, assinado pelo atual Presidente e pela ministra da Casa Civil, no qual se reafirmou a descriminalização do aborto, dando assim continuidade e levando às últimas consequências esta política antinatalista de controle populacional, desumana, antisocial e contrária ao verdadeiro progresso do nosso País,



- considerando que este mesmo Congresso aclamou a própria ministra da Casa Civil como candidata oficial do Partido dos Trabalhadores para a Presidência da República,



- considerando enfim que, em junho de 2010, para impedir a investigação das origens do financiamento por parte de organizações internacionais para a legalização e a promoção do aborto no Brasil, o PT e as lideranças partidárias da base aliada boicotaram a criação da CPI do aborto que investigaria o assunto,



RECOMENDAMOS encarecidamente a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras, em consonância com o art. 5º da Constituição Federal, que defende a inviolabilidade da vida humana e, conforme o Pacto de S. José da Costa Rica, desde a concepção, independentemente de sua convicções ideológicas ou religiosas, que, nas próximas eleições, deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalizacão do aborto.



Convidamos, outrossim, a todos para lerem o documento “Votar Bem” aprovado pela 73ª Assembléia dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, reunidos em Aparecida no dia 29 de junho de 2010 e verificarem as provas do que acima foi exposto no texto “A Contextualização da Defesa da Vida no Brasil” (http://www.cnbbsul1.org.br/arquivos/defesavidabrasil.pdf), elaborado pelas Comissões em Defesa da Vida das Dioceses de Guarulhos e Taubaté, ligadas à Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, ambos disponíveis no site desse mesmo Regional.





COMISSÃO EM DEFESA DA VIDA DO REGIONAL SUL 1 DA CNBB







Publicado em 27/08/2010 - 09:56



disponível em: http://www.cnbbsul1.org.br/

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

COMO UMA VELA SEM CHAMA





Muitas pessoas se encontram hoje sem forças, sem ânimo, como uma vela de quem a chama foi apagada. Vou lhe contar uma  história que li um dia desses: O diabo resolveu vender os instrumentos que usava para fazer as pessoas se perderem. E realizou uma enorme exposição com todos os instrumentos que costumava usar. Eram grandes ferramentas, como: ódio, violência, bebedeira, corrupção, prostituição, tráfico de drogas, de armas, ofensas à pureza das pessoas... Enfim, lá estavam todos os seus instrumentos à venda.
Porém, havia um instrumento separado de todos os outros que, apesar de velho e gasto, valia o equivalente ao preço de todos os outros objetos juntos. Havia uma enorme curiosidade a respeito daquele objeto. Por que era tão caro? E o diabo lhes respondia: "Compre e você verá o que é."
Devido ao custo ninguém o comprou, e o diabo voltou a usá-lo, reconquistando tudo o que tinha vendido e muito mais. O instrumento surrado e dispendioso que ninguém tinha conseguido comprar chama-se DESÂNIMO.
E o diabo explicou: "Só vendo por um alto preço porque me foi sempre muito útil. Se uso a droga, a violência ou a prostituição, logo a pessoa me reconhece e sabe que o instrumento é meu. Mas o desânimo não. As pessoas pensam ser algo de sua própria personalidade ou de seu temperamento. Acham que têm o direito de ficar desanimadas por causa dos problemas."
E acrescentou: "Quando lhes dou a arma do desânimo, faço qualquer coisa com elas, que estão desanimadas, desfalecidas. Elas acham que já possuem uma boa justificativa para sofrer e não reagem, pois, afinal de contas... Deus quis assim." ( A luta para resolver os problemas da vida íntima, edição Canção Nova, Pe. Jonas Abib, pag 26 e 27)
Desânimo significa "não animare", animar é dar alma. Quantas pessoas deixaram-se levar por este mal da alma, enganadas colocaram a culpa nos problemas financeiros, na luta com o marido alcoólatra, com o filho dependente químico, com o desemprego, com o chefe injusto, o líder espiritual incompreensível.
Na hora da tempestade, os discípulos gritam por Jesus você se lembra? E Jesus permanecia no barco. Ele permanece contigo também e esse deve ser o motivo para que você tenha ânimo a continuar lutando, acreditando no milagre. Na homilia de domingo passado " O domingo em que celebramos a Assunçaõ de Maria", Padre Neil, pároco da paróquia a qual faço parte, disse algo que me levou a um profundo questionamento. Ele disse: "Sua vida está parada, as coisas não andam no seu emprego, na sua família...não será porque  lhe falta crer? Maria acreditou."
Quantas vezes em minha vida o milagre tardou a acontecer porque eu deixei de acreditar e permiti que o desânimo se instalasse. Hoje lhe desafio a desmascarar o demônio e acreditar no milagre e como diz a canção: " Por maior que seja o seu problema, ele não é maior que Deus, por maior que seja o seu dilema, ele é bem menor que Deus..."
Faça a experiência e depois me conte.
Que o Espírito Santo sopre sobre ti o sopro da vida!
Eliane Maria

terça-feira, 17 de agosto de 2010

JOVENS E SANTOS



Quero hoje me dirigir especialmente a você jovem, você cheio de energia, de amor, de beleza. Sim, és belo, tua juventude é bela! Venho lhe dizer que é possível estudar, trabalhar, se divertir, estar conectado na rede, namorar e ser um evangelho vivo gravado com letras de fogo pelo Espírito Santo - é possível ser santo.
Ser santo não é nunca errar, antes errar, pedir perdão e recomeçar, não é estar sempre sério, pois Deus é Amor e o amor produz alegria, não é viver desligado do mundo, como diria Santa Teresa D'ávila"amigo de Deus, amigo dos homens."
Nosso amado e saudoso João Paulo II, gritou para a juventude inúmeras vezes "não tenham medo". Não tenha medo de ser testemunha do Deus vivo no meio de nós, não tenha medo de descobrir sua vocação e responder sim à missão que Deus tem reservada para você. A Igreja e o mundo precisam de jovens corajosos que assumam com alegria e entusiasmo, força de vontade, vigor, seu papel de transformador da realidade, de Filho de Deus amado e criado com uma missão específica. Sim, você não é fruto do acaso, é obra-prima do grande autor.
Me recorro mais uma vez às palavras de João Paulo II: "Nós precisamos de jovens em missão no nosso meio, jovens felizes e fortes, humildes e corajosos, decididos e intrépidos, jovens que revelem o Cristo com convicção e o testemunhem pela palavra e pela ação."
Quantos adultos cansados pela luta diária serão revigorados por seu testemunho de vida jovem, pela sua alegria. Talvez você pense, mas estou confuso, não sei direito o que quero e nem para onde vou. Não tem importância, se aproxima de Jesus, comece com ele uma autêntica relação de amizade e Ele te mostrará o caminho , o que espera de você é a abertura de coração, para que o Espírito Santo possa lhe ensinar todas as coisas.
Aquele discurso que você é o futuro do país, está ultrapassado. Você é o presente, o presente da Igreja, da sua família, do mundo. Não permita que as drogas, o crime, a promiscuidade, a falta de sentido de vida, roube o teu vigor, a tua alegria e o afaste da verdadeira missão para qual foste criado.
Que Maria, nossa mãe, aquela que experimentou em sua juventude dizer SIM aos projetos de Deus, interceda por ti!

Eliane Maria

A m.i.s.s.a uma afronta a Deus

 Trata-se de uma balada cuja sigla significa movimento dos interessados em sacudir sua alma. A festa já foi realizada em diversos estados e agora chega à Fortaleza.
Eles usam  como convite trocadilhos do tipo, “não diga que ninguém que te chama” e “sábado é dia de missa” , o evento viola o direito à religião e ridiculariza muitos aspectos da Igreja Católica, um verdadeiro absurdo, uma afronta aos católicos e ao próprio Deus.
A Missa, é a liturgia de maior valor para os católicos.Nela, acreditam, que se dê a transubstanciação do pão e o vinho no corpo e sangue de Jesus Cristo.
Na balada , os Dj’s vestem-se como padres e bispos e um deles é chamado de papa, tocando entre após uma verdaeira efusão de luzes,  sons dos mais variados gostos, com o intuito de agradar a todo tipo de público, celebridades têm frequentado a balada dando assim maior divulgação da mesma.
cada um é livre para acreditar ou não no mistério, mas não é livre para violar o direito do outro a viver sua fé.
O demônio está mesmo furioso e as pessoas perdidas para se prestarem há um papel desses.

Eliane Maria


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A MISSÃO NASCE DO ENCONTRO PESSOAL COM JESUS


"Ser cristão não é uma carga, mas um dom: Deus Pai nos abençoou em Jesus Cristo seu Filho, Salvador do mundo."(Documento de Aparecida, 28). Ao ter um encontro pessoal com Jesus Cristo, o homem e a mulher vê-se preenchido de uma alegria tamanha que muda o seu interior e em consequência faz com que nasça um ardente desejo pela missão que em alguns casos leva a pessoa a deixar tudo, casa, pátria e ir ao encontro do coração ferido do seu semelhante. Ferido pelo pecado, pela injustiça, pela violência, pelo desconhecimento da pessoa de Jesus Cristo, único Salvador e Redentor, única fonte inesgotável de alegria: "...aquele que beber da água que eu lhe darei nunca mais terá sede"(Jo 4,14).

Porém, o missionário não é só aquele que parte para terras distantes, é também aquele que faz de sua família, seu trabalho, sua escola, seu círculo de amizades "terra de missão". Me arrisco a dizer que o mais difícil de deixar é a pátria do nosso eu interior, abandonar a própria vida, os projetos pessoais na mão de Deus e partir do egoísmo, do comodismo rumo ao coração do ser humano, nem sempre atraente, pois conhecendo o outro o ser humano entra num processo de conhecer a si mesmo. Ser missionário em terras distantes ou em minha própria pátria é deixar eclodir do interior o grito que explodiu em São Francisco de Assis: "O amor não é amado."

Ser cristão é sinônimo de ser missionário, que por sua vez é sinônimo de ser feliz. Sim, é a alegria do missionário que atrairá o outro a Jesus, não é uma alegria êfemera, mas alegria que nasce do encontro com o Ressuscitado que passou pela cruz, alegria da Boa Nova do Reino de Deus. "A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e oprimido pela violência e pelo ódio", diz o Documento de Aparecida em seu número 29.

A nossa alegria não é passageira, é fruto de um coração que experimentou o verdadeiro amor, misericordioso, justo, consolador. Esse amor nos motiva a desejar consumir nossa vida para anunciar a cada homem e mulher que sofre: É POSSÍVEL SER FELIZ.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

FIAT (faça-se)


Olha eu aqui outra vez...já que me deram a oportunidade de partilhar aqui algumas palavras, eu não vou perder essa oportunidade de formar, evangelizar e doar a vida. Enfim, toda nossa vida só encontra sentido e só tem real valor quando é perdida, doada em favor de alguém.

Agradeço pela oportunidade de fazer render os talentos de Deus. Lembram da liturgia do último domingo (19º do tempo comum) ? "A quem muito foi dado, muito será cobrado, a quem muito foi confiado, muito será exigido." (Lucas 12, 48).

Mas nesta partilha quero com vocês refletir sobre a pessoa de Maria, a Mãe de Jesus. Certamente nos impressiona o título a ela confiado de Mãe de Deus. E deve nos impactar mesmo. Porém, devemos sair do lugar comum e ir mais fundo no que isso representa. Porque embora fosse por Deus vocacionada, chamada a assumir a maternidade de Jesus, o Filho de Deus, se seus lábios não ressoasse o Sim, o Fiat(faça-se), os planos de Deus seriam frustrados. Não se espante, mas é um fato, vocação não é obrigação, ou uma imposição que nos é feita por alguém, mas é sim um convite, uma proposta, que depende de nossa resposta para se concretizar.

Maria disse sim ao projeto de Deus, aos planos de Deus. Aceitou sua vocação, foi ao encontro de sua essência mais profunda, realizou-se plenamente ao abrir mão de sei mesma. Que controvérsia! Que paradoxo e ao mesmo tempo que coisa tão linda, é verdade, mas como dissemos, vamos além da bonita imagem da anunciação do anjo à jovem Maria, e meditemos nas consequências desse sim, dessa resposta livre e voluntária do coração generoso de Maria. Já falamos por aqui o quanto essa nossa geração, e principalmente a nossa juventude precisa reaprender o caminho da generosidade... mas continuemos adiante.

Dizer sim a Deus significou à jovem Maria renunciar absolutamente aos seus planos, ideais, projetos e sonhos pessoais para abraçar e assumir como sendo a sua própria vida, daquele momento em diante, toda uma proposta diferente, inusitada, radical e transformadora que Deus lhe fazia.

e o que mais moveu o coração de Maria se não o amor e a generosidade?

Alguns podem questionar, dizendo:

Mas quem não aceitaria uma proposta de Deus, anunciada por um anjo?

E eu devolvo a pergunta: E quem permaneceria firme e fiel ao compromisso firmado, ao ver o filho da promessa nascer frágil, desprotegido? Ao ver o menino engatinhando os primeiros passos, precisando trocar as fraldas, chorando para mamar? Indefeso e necessitado como qualquer outra criança? E ainda mais, quem não se desesperaria ao ver o filho inocente morrer por crimes que não cometeu? Quem não gritaria por justiça, ou até mesmo vingança ao ver tanta crueldade? Quem se resignaria silenciosamente, suportando a dor e esperando as palavras do Filho-Deus se cumprirem ainda que aparentemente tudo estivesse perdido?

Então concluímos que Maria não viveu uma vida de privilégios.

Ouço frequentemente as mães dizerem que quando um filho sofre, elas sofrem junto e sofrem dobrado quando não podem fazer nada para aliviar a dor dos filhos. Daí me lembro de Maria e penso no quanto essa mulher, a Mãe de Deus sofreu durante a flagelação de Jesus, acompanhando de perto sua paixão e morte.

No próximo domingo, dia 15 de agosto, celebraremos a Assunção de Maria ao céu, um dos quatro dogmas marianos decretados pela Igreja Católica Apostólica Romana.

Este dogma foi proclamado ex cathedra pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, por meio da Constituição Munificentissimus Deus: "Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade,para glória de Deus Onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu."

Isso quer dizer que acreditamos que o corpo sem mancha de pecado da Virgem Maria, não conheceu a corrupção, não foi destruído e foi assunto ao céu, elevado à glória de Deus. Não vejo como uma recompensa a graça que Maria obteve de Deus, de ter sido elevada ao céu, mas vejo como uma consequência de toda a sua vida, de todas as suas escolhas.

E aí surge um questionamento muito pertinente a cada um de nós: Para onde nos levam as nossas escolhas?

O evangelho da liturgia da Assunção de Maria que leremos nesse próximo domingo, Lucas 1,39-56, revela-nos Maria como aquela que em primeiro lugar escolheu a Deus e sua perfeitíssima vontade, que em segundo escolheu o serviço ao próximo a o se colocar a disposição de Izabel, agindo como uma de suas criadas (naquela época, chamavam-se escravos). Esta que em tudo se entregou generosamente a Deus, humilhou-se, e suportou os sofrimentos sem exigir consolações ou recompensas, sem exigir justiça ou reparação, foi consequentemente elevada, exaltada pelo próprio Deus. Aquela que em tudo seguiu os passos de Jesus, seu Filho e seu deus, também com eçe está na glória, assentada ao seu lado como a grande Rainha do céu e da terra.

Louvemos a Deus que por meio da vida de Maria nos ensina a humildade, o serviço, a obediência e a generosidade.

entoemos com ela o magnificat, exaltando a bondade de Deus que em nossas vidas tão miserável realiza milagres, prodígios e sinais. Ele escolhe os pequenos, os mais fracos, e nesses manifesta toda a sua força e o poder de seu braço, mostrando-se um Deus fiel, justo e misericordioso.

MAX DE OLIVEIRA

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Dor e alegria


Hoje enquanto esperava por um aluno, comecei a refletir sobre a dor, pensando nas minhas dores, nas dos meus amigos, na daqueles homens e mulheres que vejo passado nas ruas todos dias no meu ir e vir e como cada um vive de forma diferente a dor. Quantos tiraram sua própria vida mediante a um sofrimento e quantos descobriram a alegria de viver justamente em meio a uma tempestade, me recordo do livro "Testemunha da Esperança", onde um sacerdote preso e ferido pelos sofrimentos impostos injustamente a ele vive a alegria da ressurreição, a liberdade interior .

Me recordo ainda de uma mulher que conheci nos tempos de missão em Macapá, sempre alegre, disposta, confiante, disponível, atenta às necessidades do outro, isso me atraiu até ela, pois vi a face amorosa de Deus que mostra sempre que a vida é pra ser vivida e não desperdiçada com nossos desesperos. Quanta coisa aprendi em nossas partilhas!

Um dia fui visitá-la, para minha surpresa na casa só havia uma cama onde o filho ma is jovem dormia, ela e o mais velho dormiam na rede, pois estavam usando os recursos financeiros para construir a casa que antes era de madeira, um salário mínimo que sustentava os três e realizava seus projetos de moradia e estudo. Esta mãe dedicada ensinava aos filhos a gratidão e o despojamento, caminhava todos os dias quase uma hora para ir e outra para voltar do trabalho, reservando o vale transporte para o filho mais velho ir à escola que era bastante longe. Abandonada pelo marido, ela não desistiu e nem se desesperou, luta a cada dia com alegria, sem abandonar a dor que certamente a tomou, sonhos não realizados, mas confiança e esperança que traz a alegria que nasce no intimo, cultivada na intimidade com Deus, independente de fatores externos.

A diferença está em assumir a dor, viver o luto, não rejeitar os acontecimentos de nossa vida, abrir mão do que for preciso, "perder para ganhar" como diria Edith Stein, capacidade de recomeçar sempre que for preciso, humildade para sofrer as humilhações. Muitas vezes nos perdemos em nossa imaturidade, paralisamos em nossos medos, é preciso querer amadurecer, um processo que passa pelo auto conhecimento, que gera aceitação de nossas qualidades e limitações, processo que vivido à luz do evangelho nos transforma em homens e mulheres capacidades de encontrar na dor esperança para viver, coragem para aceitar que nem todos os nossos sonhos serão realizados, capacidade de viver as frustrações, de aceitar que somos limitados e assim aceitar o outro como um ser limitado também. Cultivemos a amizade com Deus e tenhamos coragem de descer com ele ao nosso lugar mais íntimo, onde muitas vezes escondemos nosso verdadeiro eu.

Que a luz do Espírito Santo venha sobre nós e nos faça homens e mulheres felizes.

Eliane Maria


Não percam, em breve estaremos postando testemunhos que pessoas que tiveram coragem de se deixar serem encontradas pelo Senhor.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

continuação VIVER EM FAMÌLIA ...

Jesus não pediu vingança, Jesus não pediu justiça. Ele não se importou consigo mesmo, esqueceu de si mesmo e pediu misericórdia, pediu compaixão, não para si, mas para quem o fazia sofrer.
Quando somos ofendidos, quais sentimentos nascem dentro de nós?
Qual a nossa primeira reação? Todos esses sentimentos são muitos humanos e errar como sabemos é humano, mas somos chamados por vocação, antes mesmo de nascermos a sermos iguais a Deus, fomos criados à sua imagem e semelhança. O que nos faz semelhante a Deus não é outra coisa se não a capacidade de amar, de receber e retribuir amor.
Jesus nos convida a amar como Ele ama.
Qual é o novo mandamento que Jesus apresenta? Vamos ler na Palavra de Deus? (João 15,12).
No Antigo Testamento diz: amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Jesus que vem fazer novas todas as coisas vem ensinar que devemos amar como Ele ama.
O amor que se torna real no perdão, que se expressa sincero e verdadeiro quando acontece a reconciliação.
Só perdoa quem ama, e só ama de verdade quem é capaz de perdoar.
Qual é o sentido profundo da palavra amor para cada um de nós?
Hoje, é uma palavra tão banalizada, tão usada para designar relações egoístas e hedonistas (busca do prazer sem compromisso e sem limites ou respeito ao próximo), que poucas vezes lembramo-nos da sua origem divina: tudo foi criado por amor, para o amor e no amor. Foi o amor de Deus, que não coube em si só e que expandiu dando origem à vida, porque o amor é fonte de vida. Portanto, a experiência do amor deve ser restauradora da nossa relação filial com o Senhor para que seja realmente presente em nossas vidas a importância de sermos filhos amados por Deus. E por que somos amados somos capazes de amar, aprendemos a amar porque Deus nos amou primeiro.
João 4,19.
Podemos perdoar porque Deus nos perdoa primeiro também.
O perdão é uma questão muito desafiadora:
* porque parece significar que o agressor escapa impune, ileso, sem pagar pelo que nos fez e causou.
* ele pode ter agido de propósito e talvez não esteja arrependido.
* ele pode fazer o mesmo novamente sem ser punido.
Parece não haver nenhuma motivação para que uma pessoa ofendida tome este rumo, decida por perdoar.
entretanto, embora o perdão não seja fácil, ele é necessário para o bem da pessoa ferida. As pessoas que foram magoadas e não perdoam continuam a sofrer pressão e feridas emocionais por estarem a segurar a raiva e a amargura. Algumas se afundam nas drogas, nas bebidas, começam a "ficar" com um monte de gente para esconder, ou preencher o vazio que a falta de perdão, a falta de amor lhe causa.
Como as nossas primeiras experiências de vida e relacionamento estão dentro de casa, começam em nossas famílias, as nossas mágoas mais profundas, nossos ressentimentos mais sérios também, muitas vezes, nascem dentro de casa, dos conflitos que vivemos dentro de casa com os pais, irmãos ou então não participamos diretamente, mas assistimos a situações de violência, abandono, vícios, ofensas e ódio e guardamos esses sentimentos e os ressentimentos muitas outras vezes durante nossa vida.
O perdão não pode ser mal compreendido.
ele consiste na decisão de soltarmos a nossa mágoa e o nosso ressentimento.
entenda bem, o perdão é fruto de uma decisão,ou como diria Santa Tereza de Ávila, "de uma determinada determinação".
Assim, como o amor verdadeiro que não é uma emoção, sensação ou sentimento, mas uma decisão livre do coração, perdão também é uma decisão.
e atenção irmãos e irmãs, ao perdoarmos não significa que:
* consentimos ou aprovamos a ofensa;
* a ofensa foi esquecida e não importa mais;
* a ofensa não tenha consequências;
* a pessoa ofendida ou a sua mágoa não importem mais.
Não se trata disso, mas sim de uma atitude libertadora, responsável e voluntária de nossa parte, da parte de quem perdoa. assim nasce a reconciliação.
A reconciliação é um processo que ultrapassa o perdão. Ela é alcançada quando as pessoas que estavam em conflito chegam a uma relação positiva entre si.
A reconciliação é a ação gerada, produzida após a decisão de perdoar ser tomada, exige muito amor, exige muita vontade de ser feliz de verdade. Não estamos dizendo que é fácil, estamos dizendo que é possível. Muito possível. Por uma ordem de Deus somos obrigados a honrar nossos pais, mas se não houver amor em nossos corações, isso se torna difícil demais. Se nós nos relacionarmos com eles a partir de nossas feridas, não vamos nunca ser obedientes, felizes e muito menos os faremos felizes. Se não buscarmos entre nossos irmãos, construir amizade, confiança, respeito e amor, nossas casa serão sempre o último lugar onde vamos querer estar.
quem está tendo a oportunidade de viver e descobrir o amor é você. Você que Deus quis atrair a este lugar, a este retiro, então o amor deve começar a transbordar de seu coração. as pessoas lá na sua casa, seu irmão, sua irmã, continuam as mesmas pessoas, mas você foi tocado pela graça de Deus, se você crê, você é uma pessoa nova.
Mude seus atos, mude sua maneira de viver a vida e se relacionar.
Faça a diferença no mundo que vive, comece pela sua casa, por mais difícil que eles sejam, por piores que eles sejam, por mais graves que sejam os erros que eles ou você cometeram, o amor pode vencer e superar tudo isso, não de uma hora para outra, mas é possível, e tem que ser dado o primeiro passo por alguém.
Lembram da Palavra de Deus? amamos porque Deus nos amou primeiro. Você quer ser amado? Ensine o outro a amar, amando, não exigindo amor. ensine a perdoar, perdoando e não exigindo perdão.
A reconciliação não é apenas um evento.
Ela deve tornar-se num valor e um estilo de vida.
ela deve passar de geração para geração, através da Bíblia, do diálogo, mas principalmente do exemplo, do testemunho de vida, como dizia Madre Tereza de Calcutá, "talvez a nossa vida seja o único evangelho que algumas pessoas leem"...Por isso´testemunho é tão importante.
O perdão e a reconciliação fazem parte de uma jornada que poucas pessoas fazem, mas cujo destino é a liberdade, a saúde e a paz, a salvação plena.
erramos todos os dias, erram conosco todos os dias, precisamos perdoar e reconciliar todos os dias, precisamos pedir perdão e reconciliar todos os dias.
o amor assim acontece e cura, salva e liberta nossas famílias, nossa comunidade, nosso ministério de evangelização, contagia e transforma o mundo. Eu creio! E você?
Max de Oliveira ( palestra num retiro de jovens em Vitória - ES)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Viver em família, o constante exercício do amor e da reconciliação


A Família é uma estrutura falida? Será mesmo que a família é uma instituição que nasceu da vontade humana?

Se nos voltarmos para a Palavra de Deus, veremos que Deus ao criar o homem conforme sua imagem e semelhança, o criou para a vida em comunidade, não o criou para uma existência solitária. Deus é comunidade, Deus é família, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Surgiu o homem e mesmo com todas as criaturas que já existiam este não era feliz, relacionava com Deus livremente, mas não era completo, pois o homem não é a Deus, assim Deus fez para o homem uma companhia adequada, fez a mulher para estar ao lado do homem e deu-lhes uma ordem, a de serem colaboradores na geração da vida, homem e mulher, gerando com a graça de Deus outras vidas.

De forma simples, muito simples, expomos assim o princípio de toda a vida humana, a união entre homem e mulher.

Assim as nossas famílias nasceram.

Não importa se hoje talvez nossos pais não estejam mais casados, se estão morando com outras pessoas, importa que graças à união das suas vidas, nossos pais, nós viemos ao mundo, passamos a existir.

Deus quis a nossa vida, e nossos pais colaboraram com a obra de Deus.

Você acha que seu pai ou sua mãe é obrigado a gostar de você?

Pois fique de queixo caído, pode se assustar...mas não são.

Pode parecer loucura, mas não é. Os 10 mandamentos dizem o quê?

O 5º mandamento diz que os filhos são obrigados a honrar pai e mãe. Vamos lembrar? Quem fez catequese aqui?

5º mandamento: Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.

Então, faz referência à obrigação dos filhos para com os pais, mas não dos pais para com os filhos.

Não há nenhum dos mandamentos que obriguem nossos pais a nos amarem.

Você acha que isso é bom ou ruim? Isso é bom. Muito bom!

Sabe por quê? Porque o amor que eles têm por nós é livre, gratuito, desinteressado, muito semelhante ao amor de Deus.

Ma me digam uma coisa: Nossos pais são iguais a Deus?

Eles são humanos, não é verdade?

Nós muitas vezes nos justificamos dizendo: "Errar é humano."

Que legal! Isso serve para justificar ou amenizar a nossa culpa, mas nos esquecemos disso quando as pessoas erram conosco, sejam nossos pais ou irmãos, amigos ou não.

Não permitimos que as pessoas errem, não permitimos que nossos pais sejam falhos, tenham fraquezas, cometam erros pequenos ou muitos graves.

Se somos filhos e estamos aprendendo a ser gente, nossos pais estão nessa luta mesma luta, aprendendo a ser gente, aprendendo a ser pais, também são pessoas em construção, ainda não estão prontos e estão seguindo na vida, errando aqui, acertando ali, alguns mais outros menos.

Eles trazem em si marcas de suas lutas, sofrimentos, solidão, decepções, medos, carências e inseguranças, por isso erram como eu e você erramos.

Quando erramos temos a intenção de errar? Será que alguém erra com vontade de errar? Vamos preferir acreditar que não, ou pelo menos se alguém age assim vamos considerar que essa pessoa tem algum problema mental muito sério, porque normalmente, vejam bem normalmente, todos queremos acertar, queremos ser felizes.

Mas nem sempre acertamos o caminho, sofremos e causamos sofrimentos, nossos pais vivem esse mesmo dilema.

e assim nossas famílias vivem grandes desafios, quase sempre causados por nós mesmos. Se nós formos refletir sobre os desafios enfrentados pela família, mesmo partindo daqueles que são externos, como os problemas sociais (falta de dinheiro, de trabalho, de assistência a saúde e educação, drogas e violência), vamos acabar chegando ao centro da construção de tais problemas, que é o coração do ser humano.

Vivemos hoje um tempo em que o individualismo se manifesta, talvez como em nenhuma outra época da história, o que tem implicações evidentes sobre as relações familiares e consequentemente sobre toda a sociedade.

No interior da família, os papéis dos pais e dos filhos estão conflitivos, gerando insegurança no modo de ser e agir de cada um e uma espécie de solidão característica do nosso tempo: a solidão acompanhada.

Talvez em consequência disto, o comportamento compulsivo se tornou característico da nossa época, acarretando a perda do auto domínio, da criatividade e do crescimento pessoal.

Nesse retiro provamos o amor de um Deus extremamente misericordioso, que perdoa nossos pecados, que não só perdoa, mas morre em nosso lugar, paga o preço por nós, assume para si as consequências de nossos pecados.

No alto da crua em meio a tanta dor e sofrimento, teve amor bastante no coração para pedir ao Pai que perdoasse os que o maltratavam e matavam.


Palestra proferida por Max de Oliveira num retiro para jovens em Vitória - ES no último fim de semana.

Não percam, continuação amanhã!