sexta-feira, 13 de agosto de 2010

FIAT (faça-se)


Olha eu aqui outra vez...já que me deram a oportunidade de partilhar aqui algumas palavras, eu não vou perder essa oportunidade de formar, evangelizar e doar a vida. Enfim, toda nossa vida só encontra sentido e só tem real valor quando é perdida, doada em favor de alguém.

Agradeço pela oportunidade de fazer render os talentos de Deus. Lembram da liturgia do último domingo (19º do tempo comum) ? "A quem muito foi dado, muito será cobrado, a quem muito foi confiado, muito será exigido." (Lucas 12, 48).

Mas nesta partilha quero com vocês refletir sobre a pessoa de Maria, a Mãe de Jesus. Certamente nos impressiona o título a ela confiado de Mãe de Deus. E deve nos impactar mesmo. Porém, devemos sair do lugar comum e ir mais fundo no que isso representa. Porque embora fosse por Deus vocacionada, chamada a assumir a maternidade de Jesus, o Filho de Deus, se seus lábios não ressoasse o Sim, o Fiat(faça-se), os planos de Deus seriam frustrados. Não se espante, mas é um fato, vocação não é obrigação, ou uma imposição que nos é feita por alguém, mas é sim um convite, uma proposta, que depende de nossa resposta para se concretizar.

Maria disse sim ao projeto de Deus, aos planos de Deus. Aceitou sua vocação, foi ao encontro de sua essência mais profunda, realizou-se plenamente ao abrir mão de sei mesma. Que controvérsia! Que paradoxo e ao mesmo tempo que coisa tão linda, é verdade, mas como dissemos, vamos além da bonita imagem da anunciação do anjo à jovem Maria, e meditemos nas consequências desse sim, dessa resposta livre e voluntária do coração generoso de Maria. Já falamos por aqui o quanto essa nossa geração, e principalmente a nossa juventude precisa reaprender o caminho da generosidade... mas continuemos adiante.

Dizer sim a Deus significou à jovem Maria renunciar absolutamente aos seus planos, ideais, projetos e sonhos pessoais para abraçar e assumir como sendo a sua própria vida, daquele momento em diante, toda uma proposta diferente, inusitada, radical e transformadora que Deus lhe fazia.

e o que mais moveu o coração de Maria se não o amor e a generosidade?

Alguns podem questionar, dizendo:

Mas quem não aceitaria uma proposta de Deus, anunciada por um anjo?

E eu devolvo a pergunta: E quem permaneceria firme e fiel ao compromisso firmado, ao ver o filho da promessa nascer frágil, desprotegido? Ao ver o menino engatinhando os primeiros passos, precisando trocar as fraldas, chorando para mamar? Indefeso e necessitado como qualquer outra criança? E ainda mais, quem não se desesperaria ao ver o filho inocente morrer por crimes que não cometeu? Quem não gritaria por justiça, ou até mesmo vingança ao ver tanta crueldade? Quem se resignaria silenciosamente, suportando a dor e esperando as palavras do Filho-Deus se cumprirem ainda que aparentemente tudo estivesse perdido?

Então concluímos que Maria não viveu uma vida de privilégios.

Ouço frequentemente as mães dizerem que quando um filho sofre, elas sofrem junto e sofrem dobrado quando não podem fazer nada para aliviar a dor dos filhos. Daí me lembro de Maria e penso no quanto essa mulher, a Mãe de Deus sofreu durante a flagelação de Jesus, acompanhando de perto sua paixão e morte.

No próximo domingo, dia 15 de agosto, celebraremos a Assunção de Maria ao céu, um dos quatro dogmas marianos decretados pela Igreja Católica Apostólica Romana.

Este dogma foi proclamado ex cathedra pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, por meio da Constituição Munificentissimus Deus: "Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade,para glória de Deus Onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu."

Isso quer dizer que acreditamos que o corpo sem mancha de pecado da Virgem Maria, não conheceu a corrupção, não foi destruído e foi assunto ao céu, elevado à glória de Deus. Não vejo como uma recompensa a graça que Maria obteve de Deus, de ter sido elevada ao céu, mas vejo como uma consequência de toda a sua vida, de todas as suas escolhas.

E aí surge um questionamento muito pertinente a cada um de nós: Para onde nos levam as nossas escolhas?

O evangelho da liturgia da Assunção de Maria que leremos nesse próximo domingo, Lucas 1,39-56, revela-nos Maria como aquela que em primeiro lugar escolheu a Deus e sua perfeitíssima vontade, que em segundo escolheu o serviço ao próximo a o se colocar a disposição de Izabel, agindo como uma de suas criadas (naquela época, chamavam-se escravos). Esta que em tudo se entregou generosamente a Deus, humilhou-se, e suportou os sofrimentos sem exigir consolações ou recompensas, sem exigir justiça ou reparação, foi consequentemente elevada, exaltada pelo próprio Deus. Aquela que em tudo seguiu os passos de Jesus, seu Filho e seu deus, também com eçe está na glória, assentada ao seu lado como a grande Rainha do céu e da terra.

Louvemos a Deus que por meio da vida de Maria nos ensina a humildade, o serviço, a obediência e a generosidade.

entoemos com ela o magnificat, exaltando a bondade de Deus que em nossas vidas tão miserável realiza milagres, prodígios e sinais. Ele escolhe os pequenos, os mais fracos, e nesses manifesta toda a sua força e o poder de seu braço, mostrando-se um Deus fiel, justo e misericordioso.

MAX DE OLIVEIRA

2 comentários:

  1. Eu é que lhe agradeço Max por aceitar colaborar nesta maravilhosa empreitada, que o Senhor faça frutificar ainda mais os dons que nos Deus. Estás sempre em minhas orações.
    Eliane Maria (Lili)

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  2. Em Maria, a promessa de Deus torna-se, em nós, realidade.
    Aquela que representa o júbilo do céu e da terra, que vela e intercede por cada um de nós e pelo mundo inteiro, agora e sempre!

    "Oh, Maria concebida sem pecados, rogai por nós que recorremos à Vós!"

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