segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Construir pontes ou ilhas?

2010 está chegando ao fim, 2011 já surge com seus primeiros raios de esperanças, mas também de medo diante do novo. É inevitável não parar por um momento e meditar sobre a vida, a história de cada um, as escolhas e consequencias dessas escolhas. Um ano novo traz consigo um movimento para a mudança, o recomeço ou a continuação de um sonho. Revê-se os laços construídos, os desfeitos, os perdidos, as quedas, as subidas ou o lugar onde ficou algo estacionado.
Nesse contínuo movimento da vida, faz-se necessário observar o que foi construído em 2010, pontes entre os amigos, os vizinhos, a família, os colegas do trabalho, da escola, da igreja. Ou foram construídas ilhas, onde pode-se ficar só, longe dos fracassos e das decepções. Ilhas também podem ser construídas a dois, ou entre um grupo.
Pontes ligam lugares distantes, lugares perto, outros que antes delas pareciam impossíveis. Para construir pontes firmes que não são corroídas pelo tempo, pelas tempestades, é necessário um trabalho árduo, com materiais de primeira linha, trabalhadores dispostos. Construir pontes leva tempo, talvez por isso, seja mais fácil construir ilhas fortificadas.
Pontes levam a pessoas muitas vezes diferentes no pensamento, nas atitudes, isso pode causar dor, decepção, rompimento, porém consequentemente leva ao crescimento, à maturidade, enquanto ilhas dão uma aparente proteção e levam inevitavelmente à solidão e morte.
É chegada a hora de tomar decisões, consertar as pontes destruídas, construir novas ou construir ilhas?
Feliz 2011 para cada um.
Eliane Maria

sábado, 25 de dezembro de 2010

A espera acabou, chegou-nos o Salvador

 Neste ícone da natividade, vemos o convite dos anjos a adorarem o rei dos reis e a sua chamada aos pastores e aos reis magos. Nossa Senhora segura o menino Deus para mostrar aos povos a salvação. À esquerda abaixo, encontramos o advinho Tyresias, simbolizando o inimigo tentando confundir José a cerca da maternidade virginal de Maria. À direita abaixo, o banho do recém-nascido; esta imagem era muito comum quando nascia o filho do imperador e significa exatamente isto: quem está na manjedoura é o Rei dos reis. O burro representa os pagãos e o boi os judeus. O berço se parece com o caixão, pois a vida de Cristo é um eterno esvaziar-se desde a sua descida ao seio de Maria
Para os cristãos o advento foi um tempo de espera na promessa da vinda do Senhor e hoje nosso coração se alegra, pois o mistério da salvação se renova, torna-se atual e não é apenas uma comemoração, Jesus , o Deus feito homem, se abaixa até a nossa fragilidade humana para de novo nos encontrar e através da simplicidade do presépio nos alcançar em sua infinita misericórdia.
A promessa se cumpre, a esperança é refeita, podemos novamente cantar Glória. É bem verdade, que olhando a realidade ao nosso redor encontraremos homens e mulheres sem aparente motivo para a alegria, presos pela injustiça, por falta de amor, de perspectiva de vida, pessoas que deixaram de sonhar, tiveram seus sonhos roubados. Jesus vem para todos, a esperança e salvação é para todos aqueles que ouvirem de longe o convite e o aceitarem. Belém é aquui, hoje a manjedoura é o meu e o teu coração. Deixemos que o menino Jesus nasça e refaça toda morte em vida, toda treva em luz, toda tristeza em alegria, toda falta de amor em amor em abundância e fortalecidos por essa experiência possamos começar um novo ano, refazendo metas e seguindo-as sob a luz do evangelho.
O ministério de música Promessa deseja a cada um , um ano novo cheio da Paz da verdadeira que é Jesus, uma vida cheia de amigos e realizações. Obrigada por cada um que esteve conosco durante este ano, nosso carinho e orações.
Eliane Maria

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O NATAL QUE EU DESEJO



Nestes dias que antecedem ao Natal, nossos corações ficam na expectativa, à espera de reencontrar os familiares talvez, de rever as pessoas queridas, de celebrar, nasce esperanças, volta o encantamento. Coloquei-me a pensar, como desejo que seja meu natal este ano, vieram à minha mente lembranças de quando eu era criança, da alegria de encontrar com os primos e primas na casa da vovó, aquele cheiro bom que vinha da cozinha, as gargalhadas e conversas dos adultos a soar pela casa.Que festa! Que alegria!
A missa do galo, como era chamada, a voz do Padre Alonso, suas brincadeiras com as crianças, antes da missa começar. Bem, o tempo passou, as crianças cresceram, novas famílias se formaram, os avós morreram, a festa da casa da vovó, já não existe mais, contudo o mais importante permaneceu, ainda vamos à missa na noite do natal e o momento em  que o Glória é entoado e os sinos repicam, causa em mim, a mesma alegria de antes, hoje misturado à esperança que o menino-Deus traz consigo, esperança de paz, de dias melhores, de justiça, de recomeço, de conversão. Brota do coração a gratidão, pois muitas coisas aconteceram desde o último natal, coisas boas e ruins, sorrisos e choros, muitas coisas mudaram do natal da minha infância, mas o nascimento de Jesus permanece sendo o centro, e isto eu aprendi nos tempos de criança.
O Natal que eu desejo é este mesmo, a missa, a família, os amigos, a gratidão e a esperança.
Eliane Maria

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vamos a Belém



A grande noite se aproxima, noite de alegria, de cânticos e de festa, há um cheiro diferente no ar, um sorriso a mais nos rostos, uma esperança se renova. Vamos a Belém, mesmo que a viagem seja cansativa, que o sol nos queime o rosto, ou que sintamos sede, vamos a Belém ver o menino, o Emanuel.
Ir a Belém é nos despojarmos de nós mesmos, de nossas comodidades, nossos medos, nossos apegos, seguir sem bagagem, vazios, para poder nos preenchermos da presença do menino Jesus. Sigamos a estrela, para vê-la é preciso um coração disposto a ter uma experiência nova, a enxergar um novo caminho.
Esvaziemos nossa mochila e levemos nosso perfume mais caro, mais aromático, nosso próprio ser, nossa essência, sem máscaras, para ofertar ao menino.
Quem tiver a coragem de se colocar a caminho, poderá juntos com os anjos entoar louvores na noite venturosa. Sigamos pra Belém.
Eliane Maria

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

E o que é a felicidade?


Certamente não é a ausência de sofrimentos, nem a realização unicamente da própria vontade, tão pouco é se enquadrar nas exigências do mundo, muitas vezes cruel e egoísta.
Será mesmo feliz aquele que busca satisfazer somente os prazeres momentâneos, que se recusa a viver a provação para alcançar um bem maior?
Na noite passada fui dormir com a frase que uma pessoa me disse "o que adianta você ser assim (se referia a uma convicção que tenho a cerca da vontade de Deus) e não ser feliz?" Essas palavras ficaram soando em meus ouvidos durante a madrugada e então perguntei a Deus: Senhor, o que é a felicidade?
Ele, que se põe fielmente a falar com quem está disposto a ouvir, me fez lembrar do que fala o Catecismo da Igreja Católica " em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar"(CIC 27). Pois é, a verdade não pode ser adaptada à nossa vontade e isso muitas vezes nos faz  sofrer, um sofrimento que purifica e liberta. Compreendi então, que a dor que a pessoa percebeu em mim e concluiu ser ausência de felicidade, na verdade é a dor de se dobrar à vontade de Deus, única fonte de felicidade verdadeira.
Ah! Que maravilhosa experiência, vivi nesta madrugada, como os reis seguiram a estrela em busca do menino-Deus, a voz daquela pessoa foi a estrela que me guiou a olhar para Deus e livremente dizer: Escolho tua vontade, fonte inesgotável de amor e felicidade, mesmo que isso implique em perdas. A promessa de ver-te Senhor, ultrapassa todo bem momentâneo.
Pude então dormir em paz e feliz.
Quisera que todo homem e toda mulher tivesse a experiência de se deixar encontrar pelo "Deus que não cessa de chamar todo homem e procurá-lo para que viva e encontre a felicidade."(CIC 30).
Claro que nessa caminhada em busca da verdade e felicidade, pois não pode-se encontrar uma sem a outra, errarei muitas vezes, mas não desistirei jamais.
Obrigada pessoa amada e querida.
Eliane Maria

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SANTA LUZIA



Nasceu em Siracusa(Itália) no fim do século III. Pertencia a uma família abastada, recebeu formação cristã. fez um voto de viver a virgindade perpetuamente. Após a morte do pai, sua mãe a queria casar com um jovem, mas esse era pagão.
Luzia, tendo a mãe gravemente enferma, a propôs que fossem em romaria ao túmulo da mártir Santa Águeda, em Catânia, e que a cura da doença seria a confirmação do não para o casamento. A mãe foi milagrosamente curada. Luzia vendeu tudo, deu aos pobres e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa.
Não aceitando oferecer sacrifícios a falsos deuses, nem quebrar seu voto de virgindade, enfrentou as perseguições das autoridades. Não houve força humana capaz de arrastá-la. Várias juntas de bois não a puderem levar, as chamas do fogo não a puderem queimar, por fim foi decapitada pela espada no ano de 303.
Não se sabe ao certo se é verídico o fato de terem-lhe arrancados os olhos antes de sua morte. Santa Luzia é reconhecida pela vida que levou Jesus, Luz do mundo, testemunhando-o até as últimas consequências.
"ADORO A UM SÓ DEUS VERDADEIRO, E A ELE PROMETI AMOR E FIDELIDADE"( sta Luzia)
Eliane Maria

domingo, 12 de dezembro de 2010

Espera no Senhor, tenha coragem e um coração firme.


A fé nos leva a vencer qualquer obstáculo que apareça em nossa vida, a transpor qualquer montanha, a superar qualquer problema.
É a fé em Jesus que nos sustenta enquanto vivemos. Às vezes, somos tentados a querer fazer todas as coisas somente pela nossa força humana e acabamos nos decepcionando; mas quando nos deixamos guiar pela fé ,somos capazes de olhar além das nossas limitações.


Fernando Ruas de Oliveira.

CANIÇO AGITADO PELO VENTO

 Neste 3º Domingo do Advento, somos convidados a refletir sobre João Batista, aquele que veio preparar os caminhos do Senhor, entendendo e assumindo sua missão, não se corrompeu com os poderosos, não se quebrou perante as adversidades. Ainda no ventre de Isabel, reconheceu o Salvador, estremeceu no ventre ao receber a visita de Maria, foi o primeiro a reconhecer o Emanuel.
Se observarmos a cana-de-açúcar plantada à beira do rio em dia de tempestade, perceberemos que a planta aparentemente frágil, se dobra até o chão, mas dificilmente se quebra. João Batista é comparado por Jesus a esta planta, homem que se vestia de forma simples e não como os poderosos, de aparência frágil, porém com uma fortaleza interior enorme.
Sigamos o exemplo de joão batista, não nos deixemos quebrar pelo vento da corrupção, da injustiça, do relativismo e dos sofrimentos que nos acontecem.
O tempo atual é dfícil e somente a certeza de que o Senhor veio, virá e vem a cada dia nos capacita a enxergar os sinais do Reino e continuar a caminhar com Ele a nosso lado.
Eliane Maria
Liturgia de hoje: Is 35,1-6 a 10; Sl 175; carta de São Tiago 5,7-10; mt 11,2-11

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A árvore que produz no tempo certo

O salmo 1,3 diz: "Ele é como árvore plantada junto a regatos, produz fruto na estação devida e sua folhagem não murcha..."

Este versículo nos leva a meditar onde estamos plantado, ou seja, onde nossa vida está alicerçada. A árvore plantada perto do rio, é capaz de aguentar o tempo da seca, pois a água que penetra em suas raízes através dos lençóis faz com seja possível passar pelas  mais terríveis secas, sem morrer.

A vida alicerçada na água da vida que é Cristo, resisti aos desertos da alma, advindo das preocupações, das doenças, das provações e perseguições e continua viva, capaz de produzir no tempo devido.

Como é doloroso passar pela provação de aparentemente não está produzindo, muitas vezes incapacitado pela doença do corpo ou da alma, pois se um sofre o outro também sofre, já que o ser humano é inseparavelmente corpo e alma, outras vezes incapacitado pelas adversidades da vida, por um tempo de mais dedicação ao trabalho ou ao estudo. Como sofre o coração acostumado a dar frutos, quando vive no escondimento, principalmente se este coração estava acostumado com os aplausos ou como êxito de seus empreendimentos. Bendito deserto que às vezes somos obrigados a passar!

São João da Cruz escreveu seus mais belos poemas em meio a "uma noite escura", Santa Teresa D'ávila selou sua amizade com Cristo, sofrendo a entrada no "castelo interior".

Permaneçamos arraigados ao rio de água viva e nossos desertos poderão se transformar em tempos fecundíssimos e no tempo devido poderemos colher os frutos.
Que nesse advento produzamos frutos de alegria e esperança.

Eliane Maria


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Imaculada Conceição


O dogma da Imaculada Conceição foi instituído pelo Papa Pio IX no dia 8 de dezembro de 1854, que declara: “Desde a sua concepção, Maria foi preservada do pecado original e de suas conseqüências pelos méritos de Cristo, que se chama redenção preventiva”.

Ter sido preservada do pecado original, não tira de Maria , não tira o mérito de suas virtudes, como o silêncio, a obediência, o serviço. Mulher do abandono, não se temeu em dizer sim aos planos de Deus, sendo íntima do Pai, reconheceu sua voz e prontamente acolheu sua vontade. Vontade que guardou no silêncio do coração, um silêncio que fecundo toda a vida de Maria, que a levou a conhecer o coração de Deus, livre dos barulhos externos e das vozes interiores que tanto atormentam o coração humano e impedem de ouvir a doce e mansa voz do Criador.

Mulher que soube servir, serviu a sua família, a seus amigos, a sua prima Isabel, não se valeu da condição de mãe do Senhor, mas esqueceu de suas próprias necessidade e colocou-se a caminho, embaixo de sol, no meio da poeira, enfrentou a cansativa viagem até a casa de Isabel que dela precisava naquele momento. Foi assim aos pés da cruz, não fez do seu sofrimento de mãe, que com o coração dilacerado via seu filho ser morto, em silêncio, esteve de pé diante da cruz e acolheu o discípulo amado e a cada um dos seres humanos como filhos, mesmo aqueles que ainda não a aceitam como mãe, sim , para ela não há distinção, seu amor é incondicional, pois vem do amor de Deus. Já havia servindo assim, durante a vida pública de Jesus, não reteve o filho para si, pois sabia que a Ele era dada uma missão .

Infelizmente, no dia de hoje, por causa do sincretismo religioso, em muitos lugares do Brasil, essa mulher, esposa do Espírito Santo é confundida com um deusa do candomblé, e como não podia deixar de ser, continua em silêncio, intercedendo para que todos os seus filhos vejam a luz.

Eliane Maria

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ORIGEM DO PRESÉPIO



São Francisco de Assis, homem simples e despojado que seguiu os passos de Cristo na pobreza e na humildade, desejou apresentar de um forma simples que os fiéis pudessem conhecer e mergulhar no mistério do Natal.
Com os seus irmãos da ordem, reproduziu com grande simplicidade o nascimento de Jesus, evidenciando a mensagem de pobreza do Menino Deus.
Ao olhar para o presépio, nosso coração deveria se dobrar diante de tamanha pobreza, Deus se fez criança, em si essa atitude é uma grande prova de despojamento, de abandono, mas não para aí, nasce em uma manjedoura, no meio dos animais, é colocado para dormir onde antes servia de lugar para os animais comerem, um curral mal cheiroso é a casa que Deus feito homem encontra para nascer.
Contemplando o presépio, voltemos ao real significado que São Francisco deu a ele, a simplicidade, a pobreza, o abandono nas mãos do Pai.
Possamos viver um natal diferente, onde o centro seja a alegria por Deus ter cumprindo a promessa feita a nossos pais , possamos celebrar em família e em comunidade a alegria de que "um menino nos foi dado e a nós foi revelado os planos de amor do Pai...Jesus se faz criança e em nós nasce a esperança de reaprender a amar.
Sim, o milagre do natal é a chance de reaprendermos a amar, amar de verdade, amar a Deus, a mim mesmo, ao outro, um amor simples, de gestos concretos no ordinário da vida, o amor que é decisão, escolha.
Que o advento prepare o nosso coração para ser manjedoura quentinha onde o príncipe da paz possa nascer.
Eliane Maria

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CRISTO FOI EMBRIÃO

 O homem, inclusive antes de nascer, tem uma dignidade altíssima e por isso tem direito a não ser tratado como um objeto em benefício de outros.
Esta foi a afirmação do Papa Bento XVI em sua homilia da "Vigília pela vida nascente", realizada na Basílica de São Pedro , antes das Primeiras Vésperas com as que se inaugurava o tempo litúrgico do Advento.
Nesta vigília, convocada como novidade este ano, o Papa quis reafirmar o "altíssimo valor" da vida humana, assim como advertir contra as "tendências culturais que tentam anestesiar as consciências por motivos injustificáveis".
"Nesta linha se coloca a solicitude da Igreja pela vida nascente, a mais frágil, a mais ameaçada pelo egoísmo dos adultos e pelo escurecimento das consciências".
A ciência, segundo o Papa, evidencia a autonomia do embrião, sua capacidade de interação com a mãe, a coordenação dos seus processos biológicos, a continuidade do desenvolvimento, a crescente complexidade do organismo.
"Não se trata de um cúmulo de material biológico, mas de um novo ser vivo, dinâmico e maravilhosamente ordenado, um novo indivíduo da espécie humana", afirmou o Papa.
Por isso, acrescentou, a Igreja sempre reiterou o que o Concílio Vaticano II afirma sobre o aborto e qualquer violação do nascituro: "A vida deve ser protegida desde a concepção com o máximo cuidado".
"Não há nenhuma razão para não considerá-lo uma pessoa desde a concepção", disse.
O homem, prosseguiu o Papa, "tem uma originalidade distintiva sobre todas as outras criaturas que habitam a terra. Apresenta-se como sujeito único e singular, dotado de inteligência e vontade livre, além de estar composto de realidade material".
"Somos, portanto, espírito, alma e corpo. Somos parte deste mundo, ligados às possibilidades e limites da condição material; ao mesmo tempo, estamos abertos a um horizonte infinito, capazes de dialogar com Deus e de acolhê-lo em nós."
A pessoa humana, acrescentou, exige "ser reconhecida como um valor em si" e "merece ser acolhida com respeito e amor para sempre".
Todo homem "tem o direito de não ser tratado como um objeto que se possui ou como algo que pode ser manipulado à vontade; tem o direito de não ser reduzido a puro instrumento para vantagem de outros e seus interesses".
Infelizmente, continuou, "mesmo após o nascimento, a vida das crianças continua estando exposta ao abandono, à fome, à pobreza, às doenças, ao abuso, à violência, à exploração".
O Papa recordou o apelo ao respeito pela vida humana, de João Paulo II, na Evangelium Vitae, e exortou "os protagonistas da política, da economia e da comunicação social a fazerem todo o possível para promover uma cultura sempre respeitosa da vida humana, para buscar condições favoráveis e redes de apoio à acolhida e desenvolvimento desta".
Cristo foi embrião
Este tempo do Advento, explicou o Papa, "nos faz voltar a viver a espera de Deus que se faz carne no ventre da Virgem Maria, de Deus que se faz pequeno, que se torna uma criança".
Este processo de crescimento embrionário "também aconteceu com Jesus no ventre de Maria; e acontece com cada um de nós no ventre da mãe".
Por isso, continuou, "o mistério da Encarnação do Senhor e o início da vida humana estão íntima e harmonicamente conectados no plano salvífico de Deus, Senhor da vida de todos e de cada um".
"A encarnação nos revela com luz intensa e de forma surpreendente que toda vida humana tem uma dignidade altíssima, incomparável."
Acreditar em Jesus Cristo, acrescentou o Papa, "implica em ter um novo olhar sobre o homem, um olhar de confiança, de esperança".
A pessoa "é um bem em si mesmo e é preciso sempre buscar seu desenvolvimento integral", concluiu o Pontífice.


Padre Ivanil José (Chile)






sábado, 4 de dezembro de 2010

MARIA: MODELO DE VIDA

Impossível ignorar a pessoa de Maria neste tempo especial. O Pai quis contar com a jovem de Nazaré para realizar seu plano de salvação e ela era livre para dizer SIM ou NÃO.

Maria como toda jovem tinha sonhos, planos e no momento do anúncio se viu frente à uma decisão: seguir seus projetos pessoais que eram lícitos e lhe trariam felicidade ou correr riscos e aceitar os planos de Deus.
Muitas vezes o ser humano é desafiados a abandonar seus projetos de felicidade e acolher a vontade do Senhor. Por medo de arriscar, de se abandonar nas mãos daquele que o ama desde sempre e para sempre, inúmeras vezes escolhe a acomodação , perdendo assim a chance de viver a plenitude da felicidade, se contentado com as migalhas.

Aprendamos com Maria que para viver é necessário ter coragem de correr riscos, ou como Santa Clara disse um dia a São Francisco “Solta-te de ti mesmo e dá um salto mortal”. Maria aceitou abandonar seus planos porque sentia-se profundamente amada por Deus ao ponto de declarar “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Aprendamos com ela a sermos todo de Deus, a permitirmos que a Palavra esteja encarnada em nós.
Eliane Maria


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Feliz espera


Quão difícil é entrar no mistério da espera, principalmente para nossa geração tão acostumada com eventos em tempos reais, conversamos com nossos amigos a milhas de distância, participamos de conferências conectados com o mundo inteiro, as notícias, tudo nos chega em tempo real.
A comida é estantânea, a tecnologia tem novidade a todo momento, as pesquisas são conseguidas rapidamente e com o computador é possível  fazer várias coisas ao mesmo tempo. Como entender e viver a espera? Parece contrário à nossa vida tão acostumada com a pressa.
Olhando no entanto, para as mais belas e simples coisas da vida, é visível o mistério e a grandeza da espera, a mulher grávida vê durante os 9 meses de espera o filho(a) se formando, vai sentindo o corpo se formando e com ele a intimidade desses dois seres, mãe e filho(a), quando chega o dia a expectativa dá lugar à alegria do encontro.
O estudante estuda, se esforça, abre mão de muitas coisas, se preparando para o exame de admissão no teu tão sonhado curso, que mudará o destino da sua vida, quão grande é a alegria em ver seu nome na lista dos aprovados, naquele momento as noites mal dormidas, as saídas deixadas para depois, o cansaço, tudo fica tão pequeno diante da alegria de ter conseguido vencer a primeira etapa.
É, esperar é mistério de dor e alegria, luta e vitória, este tempo que vivemos é propício para entender a necessidade da espera, não espera estéril, mas recheada da fé expectante, da certeza da vitória. Esperança que tem metas a serem alcançadas.
Que seu advento seja uma esperança fértil para enfim, contemplar o Sol nascente que vem nos visitar.
Esperança de ver nascer um tempo novo, esperança em você, na sua família, nos seus amigos, esperança no homem e em Deus.
Jesus nasceu em meio a perseguições, não é diferente hoje.
Eliane Maria

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ADVENTO DO SENHOR

Antes de começar a postagem de hoje, queremos agradecer ao Padre Ivanil, missionário no Chile, pelos artigos enviado sobre o advento,partilhando conosco sua experiência.



Estamos no tempo litúrgico do Advento que é um tempo de vigilância e de espera para atualizarmos em nossa história Aquele que veio, virá e vem: Jesus Cristo, o Senhor! Veio a primeira vez na fragilidade; virá uma segunda vez na glória, mas a cada dia podemos encontrá-Lo em cada irmão ou irmã. É o Mistério da Encarnação que agora nos preparamos para celebrar!
É nesse tempo que a Igreja Católica do Brasil desenvolve a sua Campanha para a Evangelização como um tempo de despertar-nos e alimentar-nos com a consciência missionária e o compromisso evangelizador.
Iniciamos essa Campanha no Domingo de Cristo Rei, e ela se estende até o 3º Domingo do Advento, domingo da Alegria (Gaudete)
O Advento ajuda-nos, assim, a aprofundar a nossa responsabilidade evangelizadora que é tão necessária na Igreja, sendo que cada um de nós é responsável pelo anúncio do Evangelho de Jesus Cristo aos irmãos e irmãs.
Talvez seja essa uma das maiores lacunas que temos em nossa caminhada eclesial: a consciência missionária e evangelizadora! Não podemos esperar que outros façam e trabalhem nas missões; somos nós, batizados, os responsáveis e animadores para que em nossas comunidades a Palavra de Deus seja a luz no caminho de tantas pessoas que estão ao nosso redor.
É claro também que essa tarefa tem uma dimensão universal, como é o significado de nossa catolicidade, e não se resume apenas no trabalho local, mas é em nossas comunidades onde vivemos e onde iniciamos essa missão.
A Campanha para a Evangelização deste ano tem como tema “Discípulos e Missionários” que, como sabemos, está inspirado na V Conferência do Episcopado Latino Americano e Caribenho que será realizado em Aparecida, no Estado de São Paulo. Por Discípulos e Missionários entendemos que cada um de nós, ao fazer uma verdadeira experiência do seguimento de Cristo em sua vida é, ao mesmo tempo, um apóstolo animado! “Quem encontrou Jesus Cristo e se deixou cativar por Ele não pode deixar de comunicar isso também aos outros”!
O anúncio do Advento é que estamos nos preparando para o grande presente que Deus enviou ao mundo: Seu filho Jesus! Ao acolher esse grande dom não podemos ficar sem uma resposta generosa.
A Campanha para a Evangelização dá-nos essa possibilidade: a nossa resposta aos presentes que recebemos de Deus, e uma maneira de vivermos intensamente a missão evangelizadora será a partilha que faremos no próximo final de semana, 3º domingo do Advento, com a Coleta para a Evangelização.
A Coleta para a Evangelização é realizada em todas as comunidades, capelas, igrejas, locais de culto, celebrações da Igreja Católica no Brasil e destina-se a ajudar na missão evangelizadora da Igreja.
Todos nós sustentamos a missão eclesial, seja com a nossa participação missionária, seja com a nossa ajuda financeira.
Todas as coletas do próximo final de semana são destinadas a isso. Esses recursos serão repartidos para os Regionais da CNBB, para a CNBB Nacional e para as Dioceses. Em nossa Arquidiocese, a parte que fica para nós é entregue para a Coordenação de Pastoral para o sustentamento dos trabalhos de implantação do Plano de Pastoral e outras situações de necessidade.
A nossa Igreja ainda depende muito da ajuda de outros irmãos e irmãs e há vários países que nos ajudam nas construções e Igrejas, nos trabalhos sociais, na aquisição de veículos e também na organização pastoral. Sentimos a necessidade de dar um passo no país, onde bastaria o mínimo de ajuda de cada católico na coleta para a evangelização e teríamos o necessário para a missão da Igreja durante um ano.
Todas as paróquias receberam os folhetos de reflexão para os quatro domingos da campanha; os cartazes e os envelopes que, distribuídos ao povo, deverão ser entregues na coleta das celebrações no próximo final de semana.
Eis um grande desafio para todos nós: a nossa auto sustentação e a partilha com outras comunidades que necessitam melhorar ainda mais a missão evangelizadora. “Com nossa doação generosa ajudaremos nossa Igreja Católica a evangelizar mais e melhor”.
 Padre Ivanil José










quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

“O SENHOR TEU DEUS ENXUGARÁ AS LÁGRIMAS EM TODOS OS ROSTOS”



Tomemos a Palavra em Isaías 25, 6-10. O profeta Isaías viveu em meio a um povo sofrido, esgotado pela enganação de seus líderes. Nesse contexto, ele anuncia um festim para todos os povos, a Palavra de Deus é viva, por isso eu e você também somos convidados a este festim do qual Isaías fala, “ ele fará desaparecer sobre esta montanha o véu estendido sobre todos os povos”(vers. 7), a Palavra diz todos os povos e não só os santos, mas também os pecadores como eu e você, eu me arrisco a dizer, principalmente os pecadores, pois o véu que fará desaparecer é o véu do egoísmo, do individualismo, da busca desenfreada do ter e do prazer, dos vícios. Grita de alegria! Pois o Senhor fará neste tempo favorável que o véu estendido sobre sua vida seja rasgado para que veja a plena Luz, basta que você queira e deixe que a promessa se cumpra em sua vida.

Ele ainda faz a promessa que enxugará as lágrimas, ele tem visto as lágrimas de dor, muitas vezes de sangue que você tem vertido, por causa das injustiças, das opressões, das perseguições, das indecisões.

Somos convidados a crer na promessa e viver como vitoriosos, lutar até o fim, porque quando somos fracos, Deus vem em nosso socorro. Solta gritos de alegria, pois o Senhor enxerga tua luta, tua dor, enxuga suas lágrimas e te dá a plena felicidade.

Se suas lágrimas são conseqüências de seu pecado, abandona agora a vida velha, não deixe para amanhã, pois como diz Santo Agostinho “tenho medo da graça que passa”, busque a confissão, se comprometa com o Senhor, busque-o na oração diária, no silêncio da intimidade, deixe-o ser seu amigo.

Se suas lágrimas são impostas pelas adversidades da vida, persevere na oração, não deixe o Senhor, nunca deixe de acreditar, pois a promessa é para ti.

“Exultemos, jubilemos, pois ele nos salva.”

Eliane Maria